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Brasil pode usar tecnologia alemã para rastreabilidade

A exigência da rastreabilidade da carne bovina e bubalina destinada à exportação abre um novo filão no mercado: o das empresas certificadoras. De olho neste mercado, a alemã Interactiva Biotecnologia vai aproveitar o público de mais de duas mil pessoas do Encontro Internacional dos Negócios da Pecuária (Enipec), que ocorre até amanhã em Cuiabá (MT), para lançar nacionalmente o sistema de identificação de animais por código genético.

A aplicação da tecnologia para bovinos começou a ser feita há dois anos e já foi implantada em um rebanho de um milhão de cabeças no estado de Baviera, na Alemanha. A Austrália também começou a implantar o sistema, que consiste em colocar um brinco especial no gado, retirando um material (sangue, pele) do qual é extraído o DNA.

“Trata-se da identificação do animal que, como é feita por DNA, não é passível de falsificação como ocorre em outros sistemas”, pondera o presidente da empresa, Flávio de Ramalho Ortigão. Ele cita o exemplo de uma carne que foi importada no mercado europeu como sendo uruguaia, há cerca de dois anos, e cuja fraude foi descoberta através do sistema de rastreabilidade.

A tecnologia foi patenteada em 1997 e financiada com recursos da Comunidade Européia. O custo de implantação da identificação de bovinos por código de barra genético é de US$ 7,5 por cabeça. A instituição controladora terá que investir cerca de US$ 500 mil na aquisição de equipamentos, informa o empresário.

A Interactiva Biotecnologia vai abrir uma filial em de São Paulo para facilitar o contato no mercado brasileiro. Diferentemente do que ocorreu na Austrália, por exemplo, onde a implantação do sistema dependeu da adesão dos produtores, no Brasil a empresa terá que ser nomeada pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Mas o processo de nomeação das certificadoras ainda não tem previsão de início, segundo informações do ministério.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Fabiana Batista de Cuiabá), adaptado por Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Roberto Doria disse:

    Muito interessante o sistema de rastreamento alemão, o que me preocupa é quem vai pagar a conta? Com que recursos o pecuariata irá arcar com o valor proposto na implantação em todo o seu rebanho?

  2. ROMÃO MIRANDA VIDAL disse:

    “… no Brasil a empresa terá que ser nomeada pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento.” Os senhores sabem o que isto significará? Um desprestígio total a todas as empresas nacionais que estão seriamente trabalhando no ramo de rastreabilidade. Como é que um ministério poderá nomear uma empresa estrangeira para rastrear carne bovina – DNA? Isto está me cheirando a mais uma armação. Ou seja, só será exportada carne para a CE, se esta metodologia alemã, for a única a ser usada. A rastreabilidade poderá sofrer um sério entrave se isto vier a acontecer. Joga-se no lixo o trabalho do Dr. Pedro Paulo Pires da Embrapa, joga-se no lixo o trabalho do Dr. Lirani, joga-se no lixo o trabalho de um pessoal do Paraná que está para lançar, dentro de pouco dias, um novo sistema de rastreabilidade. Não podemos fazer as coisas desta maneira. Temos que ter a nossa autodeterminação e a nossa auto-suficiência e autovalorização técnica.