O embaixador brasileiro na China, Luiz Augusto Castro Neves, revelou que as exportações brasileiras de carne para este país poderão começar em breve. As autoridades chinesas já enviaram suas missões técnicas de controle sanitário ao Brasil. “Neste momento, estão sendo ultimados os formulários e certificados que nos permitirão, em curto prazo, iniciar as exportações para a China”, prevê o embaixador.
Castro Neves afirma que a China está efetivamente gerando riqueza. “Comparo o crescimento observado nos últimos 25 anos neste país ao cenário que tomou conta da economia norte-americana no final do século XIX. Naquele período, os Estados Unidos se projetaram como a principal potência mundial, posição que ocupam até hoje”.
O embaixador considera a visita que o vice-presidente José Alencar fará à China em junho muito importante. O propósito da viagem é verificar se aquilo que o presidente Lula e o presidente Hu Jintao decidiram no ano passado está sendo efetivamente colocado em prática. Assim, diz Castro Neves, “poderemos avaliar quais os setores que estão indo bem e que tipo de ações precisaremos adotar para elevar o desempenho de outros setores”.
A tendência, diz Castro Neves, é que a China torne-se uma importadora líquida de alimentos e de vários outros produtos. Essa dependência, afirma, abre boas oportunidades para um país com as características do Brasil. “Isso nos deixa numa posição privilegiada em relação à China e vice-versa. Afinal, ao exportamos mais para a China, estamos ampliando nossa capacidade de importar dos chineses aquilo que precisamos”, diz.
O embaixador admite que a pauta de exportações brasileiras para a China ainda está concentrada em produtos de base, como minério de ferro ou soja. Mas ele acha que é cedo para predizer o comportamento neste ano, pois ainda é março e várias empresas começarão a exportar seus produtos em abril ou maio.
Entretanto, existe, segundo ele, uma perfeita consciência de ambos os lados, de que o crescimento sustentável do comércio bilateral precisa da diversificação e do equilíbrio em termos de valor agregado.
Fonte: O Estado de Minas/Superávit, adaptado por Equipe BeefPoint