Além do rastreamento por animal, o Brasil poderá fazer a certificação de origem por propriedade rural, informou na sexta-feira (01) o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Rui Vargas.
A proposta de aperfeiçoamento do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov) será discutida pela Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Carne Bovina na reunião de amanhã (05). O cadastramento da fazenda não elimina, porém, a identificação individual do gado. “Os pecuaristas vão precisar de um mecanismo próprio para identificar os animais”.
Vargas esclareceu ainda que a União Européia (UE) realmente não obriga nenhum país fora do bloco a implantar o rastreamento bovino. “Mas também não importa carne de mercados que não tenham certificação de origem”, ressaltou. Com isso, só os países que têm algum sistema de identificação de origem animal podem exportar carne bovina à UE.
Para não perder esse mercado, o Brasil decidiu se ajustar às exigências européias e lançou o Sisbov no início de 2002. Desde o último dia 15 de julho a UE só aceita o produto brasileiro se tiver certificado de origem.
“Eles não impõem um modelo de rastreamento, mas querem a certificação de origem, alicerçada em três itens: identificação individual, base de dados informatizada em órgão governamental e controle da movimentação de animais”, explicou Vargas.
Hoje, o Brasil tem 4,6 milhões de animais cadastrados no Sisbov e sete milhões de números de identificação distribuídos para pecuaristas, além de 20 certificadoras credenciadas pelo Mapa.
Com o Sisbov, argumentou o diretor do Dipoa, o Brasil não conseguiu apenas manter as exportações do produto para a União Européia, mas obteve reconhecimento internacional em relação à sanidade do rebanho nacional. Isso porque o Comitê Veterinário da UE classificou o país no nível “risco desprezível” para a doença da “vaca louca”.
A partir de 2005, a UE só importará produtos que estejam em conformidade com o chamado Livro Branco, um conjunto de normas de sanidade para produção de alimentos, que vão desde a criação dos animais até o processamento da carne, passando por boas práticas de higiene e análise de risco. “Isso pode ter causado alguma confusão, mas nunca tivemos dúvida de que o Sisbov é necessário para que o Brasil continue a exportar carne para a União Européia”, afirmou.
Atualmente estão incluídos 7,2 milhões de cabeças de bovinos no SISBOV.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), adaptado por Equipe BeefPoint