Agricultores americanos deverão terminar o ano com subsídios recordes de US$ 10 bilhões. A partir de hoje, na Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil vai lançar dezenas de questionamentos contra o governo americano pela distribuição dos subsídios.
Este ano era para ser o primeiro ano da nova Farm Bill, a lei americana que regula os subsídios. O novo esquema substituiria um programa que, por mais de 20 anos, distribuiu US$ 5 bilhões aos agricultores, mesmo sem uma contrapartida. A promessa da administração de Barack Obama era de que a nova lei cortaria de forma substancial os subsídios. Porém, com uma queda nos preços de commodities e o esforço de produtores de driblar as regras, as estimativas revelam que o mecanismo pode ter fracassado em lidar com as distorções e que uma compensação com a ajuda do Estado está ocorrendo.
O ano deve terminar com um volume de ajuda aos produtores dez vezes superior ao que o Departamento de Agricultura dos EUA esperava e duas vezes as estimativas do Congresso.
Diante dessas previsões, o Brasil vai querer saber dos EUA como o país espera reduzir de fato a distorção no comércio agrícola, justamente no primeiro ano da entrada em vigor da nova lei.
Outra preocupação do Brasil é a proliferação de acordos comerciais dos EUA com países emergentes. O Itamaraty quer esclarecimentos se esses acordos acabarão dando preferências ilegais a produtores de países parceiros, o que pode afetar as exportações nacionais. Na América Latina, acordos com a América Central e Peru estão entre as principais iniciativas dos EUA na região.
Fonte: O Estado de S. Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.