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Brasil recupera espaço no mercado russo

A decisão do governo russo de suspender as importações de carne bovina provenientes dos Estados Unidos e da União Européia por causa das suspeitas de contaminação pelo mal da “vaca louca” deverá beneficiar as exportações brasileiras. Depois de embarcar 85 mil toneladas de carne em 2003, para a Rússia, os exportadores brasileiros iniciaram 2004 limitados a um grupo de países com cota conjunta de 60 mil toneladas ao ano.

Diante da proibição para os Estados Unidos e para a União Européia, em vigor deste a última quinta-feira (20/5), o Brasil retoma o processo de ampliação da sua participação no mercado da Rússia. O espaço aberto para a carne brasileira é de 280 mil toneladas, o volume da cota anual conjunta reservada para exportadores americanos e europeus. “Neste ano, o Brasil deverá se tornar o maior exportador de carne bovina para a Rússia”, previu o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira.

A abertura do mercado para a ampliação dos embarques brasileiros acarretará a revisão das projeções de exportação para este ano. A última estimativa feita pela entidade indicou que neste ano o Brasil deverá exportar 1,5 milhão de toneladas de carne bovina, que resultarão em US$ 1,8 bilhão em receitas cambiais.

Com o caminho livre para ampliar a participação no mercado russo, os representantes da cadeia da carne do Brasil concentrarão esforços na conclusão do acordo bi-regional entre Mercosul e União Européia e em iniciativas no mercado chinês.

No Mercosul, avançam as negociações para a formação do Fórum Mercosul da Carne Bovina. “As áreas de produção e de industrialização dos países do Mercosul trabalharão em conjunto para aumentar o poder de fogo nas negociações com os outros mercados. Nosso intuito é vender carne bovina com a marca do Mercosul”, disse Nogueira. Para atingir esse estágio, produtores e frigoríficos do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai terão de padronizar cortes, medidas fitossanitárias e definir regras de rastreabilidade.

Na China, o objetivo é ampliar as vendas dos retalhos do boi (miúdos em geral). No ano passado, os embarques desses subprodutos atingiram o volume de dez mil toneladas, de um total entre 80 e 100 mil toneladas de retalhos exportados pelo Brasil.

De forma simultânea a essas iniciativas de ampliação da penetração da carne bovina no mercado externo, a cadeia da carne e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) contratarão uma consultoria que ficará responsável por elaborar um relatório sobre a sanidade do rebanho em relação à enfermidade Encefalopatia Espongiforme Bovina (mal da “vaca louca”). “Nosso objetivo é pedir o reconhecimento da Organização Internacional de Defesa Animal (OIE) como País livre de risco do mal da ‘vaca louca'”, disse Nogueira.

Fonte: Gazeta Mercantil (Luciana Otoni), adaptado por Equipe BeefPoint

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