O Brasil terá nova rodada de negociações com autoridades dos Estados Unidos, em setembro, para tentar abrir o mercado americano à carne bovina in natura. Nos dias 27 e 28 de setembro, o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, José Amauri Dimarzio, e técnicos do ministério estarão negociando este e outros temas em Washington. As negociações foram iniciadas ainda na gestão do ex-ministro Pratini de Moraes, na Agricultura.
O governo quer que os EUA aceitem o modelo de erradicação da febre aftosa por regiões, os chamados circuitos pecuários, adotado pelo Brasil com o aval da Organização Internacional de Epizootias (OIE). A tese foi reforçada por Dimarzio, em junho, quando ele participou em Winnipeg, no Canadá, do 15o Congresso Mundial de Carnes. “Em Winnipeg defendi o conceito da regionalização e agora eles (os americanos) parecem concordar mais com essa tese porque estão enfrentando problemas com a “vaca louca” e com a influenza aviária”, avaliou. Ele disse que os americanos já terminaram a análise de risco em relação ao Brasil.
Na seqüência da viagem ao Canadá, Dimarzio esteve nos EUA fazendo um acompanhamento dos trabalhos, mas sua chegada coincidiu com a notícia de um foco de aftosa no Pará, o que impediu avanços. “Agora volto com o nosso time continuando as negociações”. Ele disse que a primeira reunião bilateral ocorreu em março, quando foram levantados os pontos que o Brasil pleiteia nas áreas de defesa animal, vegetal e em aspectos regulatórios. Os EUA também apresentaram suas exigências.
Em 2004, o Brasil deverá exportar cerca de 1,5 milhão de toneladas de carne bovina por cerca de US$ 2 bilhões. Para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Pratini de Moraes, é viável chegar a cinco milhões de toneladas de exportação/ano, mas tudo dependerá da abertura de mercados, como os Estados Unidos.
Fonte: Valor OnLine (por Francisco Góes), adaptado por Equipe BeefPoint