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Brasil tem grande capacidade de produção de defensivos

O Brasil é visto pelas empresas de defensivos agrícolas como uma das últimas fronteiras para o setor e com maior capacidade de expansão dos negócios, diante do potencial de crescimento da produção agrícola nacional e das áreas ainda a serem exploradas. No ano passado, o mercado de defensivos no país movimentou US$ 6,6 bilhões, mas irá superar os US$ 10 bilhões na próxima década, quando a área plantada com grãos no Brasil se aproximar do patamar de 70 milhões de hectares.

O Brasil é visto pelas empresas de defensivos agrícolas como uma das últimas fronteiras para o setor e com maior capacidade de expansão dos negócios, diante do potencial de crescimento da produção agrícola nacional e das áreas ainda a serem exploradas. No ano passado, o mercado de defensivos no país movimentou US$ 6,6 bilhões, mas irá superar os US$ 10 bilhões na próxima década, quando a área plantada com grãos no Brasil se aproximar do patamar de 70 milhões de hectares.

De acordo com Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), o Brasil usa cerca de quatro quilos de princípio ativo de defensivos por hectare. Em outros países produtores, como França e Japão o uso médio é de 10 quilos por hectare. “Só o cultivo de batata na Holanda usa em média 15 quilos de defensivo por hectare, levando em conta apenas o princípio ativo, sem fixadores e outros componentes que formam o produto comercial”, diz Ivan Sampaio, gerente de informações do Sindag.

Além de ainda haver espaço para ampliar o uso de tecnologia e se obter um aumento na produtividade, o potencial que o Brasil tem para atender a demanda externa por commodities é apontado como um fator estratégico para o setor. Apenas cinco culturas são responsáveis por quase 80% das vendas de defensivos no país. A soja, sozinha, representa 47% da demanda nacional por agroquímicos, seguida pelo milho e pela cana-de-açúcar, com fatia de 11% e 8%, respectivamente, em 2009. O algodão com 7% do mercado e o café com 4% foram as cinco culturas que mais consumiram defensivos no ano passado.

“Hoje o Brasil é o terceiro maior exportador de produtos agrícolas do mundo. Diante do aumento da demanda por alimentos e do crescimento da população, o país é um dos poucos onde pode haver expansão de área, o que vai levar o país a se tornar o líder em exportação”, afirma Gerhard Bohne, diretor de operações de negócios Brasil da Bayer CropScience.

Com isso, as principais empresas têm planos ousados para crescer no Brasil. A Ihara quer dobrar sua participação no mercado nos próximos cinco anos e já tem liberados US$ 26 milhões para investir até 2014. A Milênia aplicará apenas neste ano R$ 15 milhões em áreas como meio ambiente, segurança e manutenção das fábricas.

Com uma estratégia para complementar sua linha de herbicidas para pecuária, a Dow Agrosciences acertou uma parceria com a mexicana Papalotla para comercializar no Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia híbridos de pastagem. A empresa selecionou 84 híbridos, já está comercializando um deles no Brasil e outros quatro já estão em processo de registro. “Os produtos para pecuária representam 25% dos negócios da Dow no Brasil”, afirma Welles Pascoal, diretor de marketing da empresa.

É no segmento de grãos que a Basf aposta suas fichas. A expectativa da empresa é de que a produtividade brasileira aumente tanto nos próximos anos que irá superar o rendimento das lavouras dos Estados Unidos. A companhia lançou neste ano em parceria com a Embrapa sua primeira soja transgênica, que é resistente a seu herbicida. A ideia é ser uma alternativa ao Roundup, da Monsanto.

Já para a líder Syngenta, o fim de alguns patentes, mesmo de produtos importantes para o Brasil, não é um fator preocupante. Os novos produtos que entrarão no mercado em nível global devem render aos caixas US$ 4 bilhões.

Fugindo um pouco das culturas mais tradicionais, a japonesa Arysta aposta no segmento de hortifrúti para ganhar espaço em defensivos. Apesar de isoladamente cada fruta e legume ter uma participação pequena dentro do mercado, somados a representatividade cresce e alcança uma fatia de 7% do total.

A reportagem é de Alexandre Inacio, para o jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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