Brasil tem papel decisivo no mundo como produtor de alimentos

A série de reportagens 50 anos da Globo, 50 anos da agropecuária brasileira, do Globo Rural, informa que, nas últimas décadas, o Brasil rural consolidou uma rede de agroindústrias.

No setor de carnes, a reportagem informa que, ao longo desse meio século, a produção de carne de porco se multiplicou por cinco e meio, assim como a de carne bovina. E a produção comercial de frango se tornou 700 vezes maior.

Hoje, as cadeias de boi, porco e frango produzem o suficiente para alimentar todo o mercado interno. E ainda sobra muita carne para exportação.

Segundo dados do IBGE, em 1965, a agropecuária brasileira registrou exportações de US$ 1,3 bilhão, mas isso nos números da época. Considerando toda a inflação do período, o valor exportado seria o equivalente, hoje, a US$ 9,9 bilhões. Em 2014, o agronegócio brasileiro fechou o ano com exportações de US$ 96,7 bilhões. Ou seja, ao longo desse tempo, os negócios com o exterior deram um salto e se multiplicaram quase que por dez.

O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, lembra que, com o grande salto das últimas décadas, o Brasil já é hoje um dos maiores exportadores de alimentos do mundo. E essa liderança só deve aumentar daqui pra frente.

“A população tende a crescer em regiões do planeta que não têm mais como elevar de maneira significativa a sua produção de alimentos, principalmente a Ásia. E os países provedores vão ter que fortalecer a sua posição. O Brasil é um país que ainda pode promover ganhos de eficiência e produtividade para fazer frente a essa demanda do mundo”.

Nos últimos 50 anos, o crescimento da agropecuária brasileira veio acompanhado de uma série de impactos ambientais. No entanto, para o agrônomo Antônio Buainain, a mudança de postura dos agricultores em relação à natureza é uma tendência positiva e inevitável.

“A agricultura de 50 anos atrás era uma exploradora da natureza, digamos assim, era um gigolô da natureza. E hoje o agricultor tem que se preocupar com a natureza, inclusive porque a natureza é um capital, e ele não pode permitir a depreciação desse capital. Ele é cobrado pela sociedade de maneira forte; é cobrado por uma legislação muito rigorosa. E se ele sobre-explora, usa muito agroquímico, fertilizante em excesso, etc, seu capital ambiental perde capacidade de produção e vai ter prejuízo no futuro. Então, ele tem que respeitar”.

Nesse contexto de mudanças, no campo e na sociedade, dos anos 1980 para cá, muita gente começou a praticar uma agricultura mais atenta ao meio ambiente. Surgiram produtores orgânicos, entidades ambientais, certificadoras e selos verdes.

E se a agropecuária brasileira mudou muito nos últimos 50 anos, o que podemos esperar dos próximos 50? Produção de alimentos, proteção da natureza, geração de riquezas e paz.

Fonte: Globo Rural, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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