As exigências do mercado consumidor devem dividir os produtores de carne brasileiros em diferentes grupos. É o que defende o diretor operacional da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Juan Lebrón.
As exigências do mercado consumidor devem dividir os produtores de carne brasileiros em diferentes grupos. É o que defende o diretor operacional da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Juan Lebrón, que já trabalhou com certificações.
“A tendência é haver uma separação de produtores para atender a diferentes mercados. Existirão blocos para Europa, Japão e EUA, que são exigentes, e outros para Rússia, Chile e outros”, afirmou, durante a Feira Internacional da Cadeia Produtiva de Carne (Feicorte).
Segundo ele, serão grandes blocos com níveis de exigências diferentes, com diferenciações de preços. “Haverá um trabalho maior com compensação maior e você se enquadra naquele a que atende melhor. Isso já está acontecendo”, afirmou, referindo-se aos 85 estabelecimentos rurais liberados pela União Européia para fornecer gado para os frigoríficos exportadores.
Para o presidente da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil, José Amauri Dimarzio, o aumento das exigências para garantir a segurança alimentar, entre outros quesitos, passará a ser prioridade também em outros países. “Mais cedo ou mais tarde outros países também vão exigir (a rastreabilidade). No médio para longo prazo todo mundo vai exigir. Em cinco anos os principais compradores, a Rússia incluído, também entrarão nessa”, disse.
Para garantir os melhores níveis de qualidade, segundo Lebrón, a rastreabilidade precisa ser considerada como mais uma ferramenta de produção. “O mundo está olhando para o Brasil, por mais que o preço esteja bom, a imagem está ruim. A rastreabilidade tem que ser tratada como uma ferramenta de identificação animal e pronto. É produzir com responsabilidade em relação ao meio ambiente, à segurança alimentar”, defendeu.
Para o frigorífico Marfrig, um dos maiores do país, isso significa padronização. “A bola da vez é qualidade. A carne brasileira é uma caixinha de surpresas, se ela não tiver uma marca que garanta os padrões mínimos dos animais e das carcaças o produto pode ser bom hoje, ruim amanhã e não ter padrão”, destacou o gerente de projetos especiais da empresa, Roberto Barcellos.
As informações são do Invertia.
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Pecuarista inteligente não cai nesta conversa.
Lebron e Dimarzio estão na deles, e falam isso porque têm forte interesse na manutenção do SISBOV. E mais não digo, para não polemizar.
Os americanos, pragmáticos, têm um dito que deve sempre ser invocado a bem da prudência: — What are they trying to sell? O que eles estão querendo vender?
Quem sabe das coisas é o frigorífico. A frase do representante do Marfrig foi colocada totalmente fora do contexto, e nada tem a ver com um suposto aval à tese dos “grupos distintos de produtores”. A bola da vez, hoje ou ontem, sempre foi a qualidade, padronização e sanidade. Isso nada tem a ver com a maluquice do SISBOV.
Felizmente a pressão de demanda pela carne, no momento, é fortíssima, e isto ajuda a luta para sepultar o delirante SISBOV. Construiremos um novo modelo de trace-back, no qual todo pecuarista possa ser incluído sem dificuldade. Este modelo, como já dissemos antes aqui no BeefPoint, já existe há décadas, com GTA, marca do criador, nota fiscal, SIF no abatedouro, declaração do proprietário que não usou e nem usa substâncias proibidas.
Chega de palpiteiros, deixem-nos trabalhar.
SISBOV? Não brinco mais!
Acredito que essa separação de produtores para fornecimento de bois em níveis distintos de controle seja um final inevitável, porém, não se consegue chegar a lugar algum com um modelo de rastreabilidade como este. Ele é muito confuso; enquanto nas fazendas de média técnologia já vemos pelo menos um computador, nosso sistema de rastreabilidade nos faz carregar um fichário, modelo “década de 60”, cheio de exigências sem finalidade, em duplicidade.
O setor responsável, deveria criar um sistema eficiente em todos os pontos, como por exemplo, nas certificadoras que não sabem nada, só querem vender o ganha pão que lhes caiu no colo. Exigir um modelo para cada tipo de exploração: para leite uma exigência, corte outra, e assim por diante. Colocar em debate o sistema antes de lançá-lo no menrcado, e quando este estiver em uso dar direitos iguais a quem o implantar. E não escolher meia duzia de apadrinhados para receber os louros, enquanto a grande maioria que realmente vive do negócio “pecuário” fica “chupando dedo”.
O Brasil é, e continuará sendo por longo tempo, líder nas exportações de carne bovina, porém não pode acomodar-se, é necessário partir, principalmente das associações de criadores, a iniciativa de informar com precisão os produtores, gerar no campo a conciência de que deve-se trabalhar muito bem informado, sobretudo a respeito das perspectivas para o mercado, tanto interno quanto externo, além disso deveria haver uma integração, uma cooperação entre as associações para que houvesse uma padronização tanto nos itens de fiscalização, inspeção quanto na questão da rastreabilidade.
Só assim poderia haver uma consolidação no que diz respeito a produção de carne. Com informação e organização o Brasil pode manter facilmente sua posição e até ter poder para impor seu modelo.