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Brasil-Uruguai: UE sugere fronteira integrada

Crucial para a manutenção da sanidade da região no entendimento da missão européia que visitou o Rio Grande do Sul este mês, o projeto de fronteiras integradas entre Brasil e Uruguai, experiência realizada na região de Jaguarão, encerrada há um ano, pode ser retomado até o final de 2005.

Conforme o superintendente federal da Agricultura no RS, Francisco Signor, o tema foi debatido em reunião entre os governos dos dois países, terça, em Montevidéu. “Temos as mesmas raças e sistemas de criações e uma grande fronteira seca. Se não pudermos trabalhar entrando lá e eles aqui, fica difícil manter o controle sanitário”.

O trânsito de produtos de origem animal, limitado a pequenas quantidades, assim como o funcionamento de postos da divisa brasileira com uruguaia e o comércio bilateral de aves e arroz estiveram em pauta no encontro, que terá nova rodada dia 24 de outubro na superintendência, em Porto Alegre. Antes, no dia 10, será analisado em Dom Pedrito o relatório dos técnicos europeus sobre a vistoria das condições sanitárias para produção de carne no RS.

“Já temos, além da presença dos produtores de diversas regiões do estado, a confirmação da secretaria estadual da Agricultura e também do ministério”, garante o deputado estadual Jerônimo Goergen (PP), referindo-se à participação uruguaia.

Para Signor, se houver um trabalho adequado de defesa agropecuária e a retomada do processo de rastreabilidade, a pecuária gaúcha pode se associar à uruguaia para “abocanhar” uma parte dos mercados de EUA e Japão. “Não há como disputar com o Centro-Oeste, onde predomina o padrão de carcaça do nelore. Temos de buscar nichos diferentes para as raças européias e apostar na integração com o Uruguai”, defende.

Mercado interno uruguaio

Os produtores gaúchos pretendem participar em 7% do mercado interno de carne do Uruguai. A expectativa, com as tratativas avançadas entre os pecuaristas gaúchos, governo uruguaio e as lideranças rurais do país vizinho, é de que o estado exporte, já a partir de novembro, oito mil cabeças de gado por mês para o mercado do Uruguai.

O incremento para a economia gaúcha, somadas às ações já desenvolvidas para a venda de boi em pé a outros estados e países, é um estímulo importante para que o governo brasileiro derrube algumas barreiras sanitárias que, hoje, se tornaram mais burocráticas do que diplomáticas.

Fonte: Correio do Povo/RS e Diário Popular/RS, adaptado por Equipe BeefPoint

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