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Brasil vende mais couro acabado

Os esforços e investimentos para trabalhar produtos com maior valor agregado já estão rendendo bons resultados para a indústria de curtumes. Além de um crescimento de 15% em dólares de janeiro a setembro deste ano, contra o mesmo período do ano passado, o setor tem mais um motivo para comemorar: a constância nas vendas externas.

Enquanto em anos anteriores a sazonalidade fazia com que a comercialização despencasse no primeiro bimestre e no mês de julho, em função de férias escolares no hemisfério norte, este ano as exportações de couro apresentam uma regularidade.

Para o presidente da Associação das Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul (AICSul), Cezar Müller, o incremento na comercialização com outros países é resultado das vendas de couro acabado. “Conquistar mercados na linha de couro acabado é mais difícil e complexo. Por outro lado se conquista mercado de longo prazo, gerando maior estabilidade para o setor”, destacou, explicando que isso ocorre porque, quando se trabalha com matéria-prima, couro cru ou wet blue, a negociação se dá apenas através de preço. Já no produto acabado, há uma avaliação de qualidade.

A maior estabilidade nas exportações deve continuar, em função do próprio crescimento nas vendas externas do couro com maior valor agregado, que nos primeiros nove meses do ano chegou a 57% em volume físico e 39% em dólares.

Para 2004, Müller avalia que o crescimento de couro acabado deve continuar, mas sem o mesmo volume extraordinário que se registra este ano porque a base de comparação será maior.

Enquanto o País registrou um aumento no volume físico de 15% nas exportações este ano, o Rio Grande do Sul totalizou 28%. Em faturamento, o incremento no Brasil foi de 12%, contra 26% no Estado. Müller assinalou que o Estado mantém níveis significativos em função de os curtumes gaúchos representarem 34% de couro acabado exportado e 54% do semi-acabado, sendo estes os dois itens que puxaram o desempenho do setor.

Os números de setembro das exportações brasileiras de couros, são elaborados pela AICSul, baseados nos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Pelas informações da AICSul, prossegue destacando-se o incremento das vendas para a China (incluindo Hong Kong), que neste ano já fica com quase um terço (31%) das exportações brasileiras de couros acabados.

Isso faz com que o país asiático fique mais próximo da Itália, que já respondeu por mais da metade dos negócios dos curtumes brasileiros e neste ano está com 41% do total.

Dois países que tradicionalmente não estavam entre os dez maiores clientes do Brasil, este ano aparecem com forte crescimento nas compras. O Canadá aumentou em 236% o volume de negócios, na comparação de janeiro a setembro deste ano com o mesmo período de 2002.

O país passou a ser o sexto maior cliente dos brasileiros. Os canadenses têm comprado principalmente couros acabados para a indústria moveleira. Outro destaque é o Japão, que também adquire couros acabados, mas com ênfase para a indústria automobilística.

Fonte: Jornal do Comércio/RS (por Karen Viscardi), adaptado por Equipe BeefPoint

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