O Brasil voltou a suspender a importação de carne maturada e desossada do Paraguai em razão da ocorrência de um novo foco de febre aftosa próximo à divisa daquele País com a Argentina e a Bolívia. Além disso, será reforçada a vigilância na fronteira, informou o diretor interino do Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Jamil Gomes de Souza.
Segundo Souza, o foco foi detectado no dia 8 de julho. De 17 amostras testadas, 15 tiveram resultado positivo, revelando vírus dos tipos A e O. O governo também reforçou a vigilância na fronteira brasileira.
O foco foi confirmado por meio de documento enviado ontem (14) pela Embaixada do Paraguai ao Mapa. A doença foi detectada numa colônia indígena da localidade de Pozo Fondo, Distrito de Pedro P. Peña, Departamento de Boqueiron.
Desde setembro do ano passado, estavam suspensas as compras de animais vivos (bovinos, bulalinos, suínos, ovinos e caprinos), produtos e subprodutos, mas gradativamente o Brasil retomou as importações de alguns itens. “Vamos manter as importações suspensas temporariamente, até que sejam concluídas as avaliações epidemiológicas”, explicou Souza.
No final do ano passado, o governo brasileiro editou Medida Provisória autorizando a doação de seis milhões de doses de vacinas e equipamentos indispensáveis ao controle da febre no Paraguai. A medida foi tomada em função da iminência de risco sanitário em território nacional a partir da ocorrência de focos de febre aftosa na província de Canindeyú, fronteira com o Mato Grosso do Sul.
O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, se encontra hoje, às 17h, em seu gabinete, com o ministro da Agricultura do Paraguai, Dario Baungarten, para tratar, entre outros assuntos, do combate à febre aftosa.
Ele afirmou que a descoberta é um “golpe baixo” para o setor particularmente forte porque “todos os produtores estão não apenas envolvidos e comprometidos, mas estão trabalhando com entusiasmo” na campanha de vacinação para recuperar a normalidade sanitária no país. Ele informou que já foram tomadas todas as medidas para sacrificar as 340 cabeças de gado afetadas pelo surto da doença.
O surto pode significar ainda perdas entre US$ 50 milhões a US$ 60 milhões para o setor nos próximos 12 meses, segundo estimativas do presidente da Associação Rural do Paraguai, Carlos Trapani. “O maior prejuízo estará no tempo que o país terá de esperar para recuperar tanto o status de país livre de aftosa com vacinação como os mercados compradores perdidos”.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Valor Econômico (por Alda do Amaral Rocha) e O Estado de S.Paulo, adaptado por Equipe BeefPoint