Minerva e JBS fazem processo de redução do grau de endividamento e geração positiva de caixa
2 de abril de 2013
Entrevista com Edson Ribeiro Colombo, finalista do Prêmio BeefPoint Edição Sul
2 de abril de 2013

BRF e Marfrig sofrem pressão nas margens devido ao aumento dos preços dos grãos

Pelas sinalizações de ambas as companhias, o primeiro trimestre pode seguir com o movimento de pressão nas margens. Uma melhora no cenário dos custos dos grãos é esperada somente a partir do segundo trimestre. Até lá, as empresas também aguardam uma recuperação das vendas externas.

O alto custo de produção provocado pelo aumento dos preços dos grãos pressionou as margens das empresas de alimentos BRF e Marfrig no quarto trimestre, com maior exposição a aves e suínos. Nem a unidade de bovinos da Marfrig conseguiu mitigar parte desse efeito nos resultados consolidados.

Pelas sinalizações de ambas as companhias, o primeiro trimestre pode seguir com o movimento de pressão nas margens. Uma melhora no cenário dos custos dos grãos é esperada somente a partir do segundo trimestre. Até lá, as empresas também aguardam uma recuperação das vendas externas, principalmente de carne de frango.

Além disso, coincidentemente, o desempenho das duas companhias, que firmaram um contrato de permuta de ativos no fim de 2011, foi atrapalhado pela execução do cumprimento do Termo de Compromisso de Desempenho (TCD) imposto pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A BRF, além de ceder seus ativos, teve que lidar com a suspensão temporária de algumas categorias de produtivos de Perdigão e Batavo.

Já o Marfrig admitiu que subavaliou o processo de integração dos ativos oriundos da BRF, por isso o descompasso do setor de logística no quarto trimestre. Ao todo, a empresa absorveu 10 novas unidades industriais, oito Centros de Distribuição (CDs) e sete mil funcionários.

Entre os analistas que acompanham as empresas, um cenário mais positivo no curto prazo é para a BRF. Para Luca Cipiccia e João Barrieu, do Goldman Sachs, a empresa está prestes a ter uma virada fundamental na lucratividade, após o cumprimento do TCD. No médio prazo, conforme o relatório, deverá se beneficiar da exposição crescente em itens processados e a entrada de Abilio Diniz como presidente do conselho de administração, a ser aprovada em assembleia no próximo dia 9, deve acelerar esse processo. Desde a divulgação de seus resultados até ontem (1), as ações ordinárias da BRF (BRFS3) aumentaram 5,5%.

Já para o Marfrig, o mercado está mais cético. Já faz um bom tempo que a empresa fala em seu breakeven operacional e numa redução mais intensa de sua alavancagem. Segundo o presidente da Seara Foods e futuro presidente (CEO) do Grupo Marfrig, Sergio Rial, o grau de alavancagem da companhia recuou no quarto trimestre, ficou em 4,31 vezes ante 4,45 em 2011, mas ainda é insatisfatório.

De acordo com Rial, em teleconferência de resultados, “o prejuízo foi diminuído, mas ainda é prejuízo, então estamos trabalhando para reverter o resultado. Mas vocês podem ver a preocupação da companhia em tirar o risco de liquidez na virada de 2013”. segundo ele, se o quarto trimestre mantivesse os mesmos níveis do segundo, terceiro trimestre, a Marfrig teria atingido o breakeven operacional já em 2012.

Para os analistas da Lopes Filho Corretora, comparativamente a seus pares (BRF, JBS e Minerva), o Marfrig é a empresa cuja estrutura de capitais ainda inspira mais cautela no curto prazo. Desde a divulgação de seu balanço, na última quarta-feira (27), as ações ordinárias da companhia (MRFG3) recuaram 6,7%.

Fonte: Agência Estado, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.