Frigorífico Rodopa cancela emissão de títulos
24 de abril de 2012
EUA: mudança climática e biocombustíveis podem aumentar preços do milho
25 de abril de 2012

BRF obtém melhor nota de crédito que Marfrig

A Brasil Foods se beneficia da demanda crescente por ativos com ratings melhores diante da crise financeira na Europa e depois que seus esforços para reduzir o endividamento ajudaram-na a obter grau de investimento da Standard & Poor’s e da Moody’s Investors Service. A Marfrig, que iniciou um road show com investidores em 19 de abril, pode ter sua nota rebaixada depois que a S&P e a Moody’s revisaram a perspectiva da empresa para negativa, citando aumento do endividamento.

A taxa dos títulos denominados em dólar da Brasil Foods com vencimento em 2020 caiu 26 pontos-base no último mês, para a mínima histórica de 5,14%. O rendimento dos títulos de vencimento similar da Marfrig disparou 159 pontos-base no mesmo período, para 12,42% em 19 de abril, o mais alto desde janeiro. O custo de captação dos pares da empresa no mercado global teve uma queda média de 23 pontos-base no mês passado para 2,98%, segundo dados do Bank of America Corp.

A Brasil Foods se beneficia da demanda crescente por ativos com ratings melhores diante da crise financeira na Europa e depois que seus esforços para reduzir o endividamento ajudaram-na a obter grau de investimento da Standard & Poor’s e da Moody’s Investors Service. A Marfrig, que iniciou um road show com investidores em 19 de abril, pode ter sua nota rebaixada depois que a S&P e a Moody’s revisaram a perspectiva da empresa para negativa, citando aumento do endividamento.

Os papéis da Brasil Foods rendem 223 pontos-base a mais que títulos do governo brasileiro de prazo similar, comparado a uma diferença de 251 pontos em março. A empresa busca limitar a relação entre dívida e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização a duas vezes, disse o diretor financeiro Leopoldo Saboya durante teleconferência com analistas para discutir o balanço em 23 de março.

A S&P melhorou a classificação de risco da Brasil Foods em um nível para BBB-, o menor na escala de grau de investimento, em 4 de abril, duas semanas após a Moody’s ter elevado a nota da companhia. A Brasil Foods é menos vulnerável às flutuações dos preços das commodities do que o frigorífico Marfrig, disse Flávia Bedran, analista da S&P.

A Marfrig tem nota de crédito B1 atruibuída pela Moody’s e B+ pela S&P, quatro níveis abaixo do grau de investimento. A companhia está se encontrando com investidores em renda fixa de 19 a 23 de abril, disse uma pessoa familiarizada com a operação que pediu para não ser identificada por não estar autorizada a falar publicamente sobre o assunto.

O rendimento dos títulos da Marfrig com vencimento em 2018 disparou 171 pontos-base no último mês em meio à crise da dívida de Europa, que reduz a demanda por ativos de maior rendimento de mercados emergentes.

Investidores estão rejeitando dívidas da Europa, pressionando o aumento da taxa dos bônus de Espanha e Itália, em meio a receios de que esses países peçam resgate, como ocorreu com Grécia, Irlanda e Portugal.

Para Klaus Spielkamp, operador de renda fixa da Bulltick Capital Markets, os títulos da Marfig vão se recuperar à medida que a empresa diversifica seus negócios. “Ainda espero que a Marfrig retome a recuperação que mostrava no início do ano”, Spielkamp disse em entrevista por telefone de Miami. “A companhia está caminhando na direção certa. Gosto do fato de eles terem investido em mercados diferentes, não somente em gado. A diversificação dos negócios deles é importante. Agora eles não dependem somente de carne bovina.”

Fonte: Exame.com, adaptada pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.