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BRF pesa sobre Marfrig, que fecha primeiro trimestre com prejuízo

A Marfrig encerrou o primeiro trimestre com prejuízo líquido consolidado de R$ 634 milhões, segundo o balanço divulgado na noite desta segunda-feira (15/5). No mesmo período de 2022, quando ainda não controlava a BRF, a companhia havia registrado lucro de R$ 109 milhões.

A Marfrig consolida os resultados da BRF desde abril de 2022, após sua participação na dona das marcas Sadia e Perdigão chegar a cerca de 33%. Excluído o prejuízo de mais de R$ 1 bilhão da BRF, a Marfrig teria tido um lucro de quase R$ 400 milhões no primeiro trimestre deste ano.

Rui Mendonça, CEO da Marfrig para a América do Sul, afirmou que os ganhos de sinergia com a BRF devem aparecer mais à frente. “Temos aproveitado para comprar insumo, negociar fretes internacionais e fechar operações comerciais”, disse ele em entrevista coletiva.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) consolidado da Marfrig caiu 45,5% em relação aos três primeiros meses de 2022, para R$ 1,5 bilhões, com margem Ebitda de 4,7%. Desconsiderado o resultado da BRF, a queda seria de 66,5%, para R$ 935 milhões.

A receita líquida da Marfrig, incluindo a BRF, cresceu 42,2%, para R$ 31,8 bilhões, mas cairia 16,6%, , para R$ 18,6 bilhões, sem considerar os números de sua controlada. A alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) saiu de 1,36 para 3,5 vezes.

As vendas na América do Norte, onde a Marfrig opera com a National Beef, caíram 15,5%, somando R$ 13,4 bilhões, enquanto o Ebitda recuou 78%, para R$ 527 milhões, com margem Ebitda de 3,9%.

Tim Klein, CEO para a América do Norte, afirma que, apesar da queda, esse foi o terceiro melhor primeiro trimestre da história. Ele diz que a demanda por carne continua muito boa, apesar de ter caído um pouco devido à inflação nos Estados Unidos.

Segundo o executivo, o segundo e o terceiro trimestres tendem a ser melhores em termos de margem Ebitda, com quedas de 3% a 4% no preço do gado. “Julho deve ter o preço mais baixo do ano”, pontuou.

Na América do Sul, a companhia reportou quedas de 19,2% na receita, para R$ 5,2 bilhões, e 0,5% no Ebitda, que chegou a R$ 408 milhões, com margem Ebitda de 7,8%.

O recuo do faturamento deveu-se à queda do preço médio das exportações — que, por sua vez, foram consequência da suspensão das exportações à China, que se estenderam de fevereiro a março. “Mas o preço médio do gado caiu, o que compensou boa parte dessa queda”, destacou Rui Mendonça ao explicar o Ebitda praticamente estável.

Fonte: Valor Econômico.

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