Todas as pessoas que conheço do agro, adoram o que fazem, têm paixão pela fazenda. Em outras áreas, existem muitas pessoas que fazem porque precisam, mas gostariam de fazer outra coisa, mas não é o caso do agro. Assim, não falta no agro o idealismo.
O que falta, então? Descobri hoje, mais velho e tendo apanhado e aprendido, que sou um idealista cético. Sempre que estou diante de um negócio, seja ele uma fazenda, uma empresa ou até uma pessoa, tento entender qual a estratégia desse negócio, como ele fica em pé, como é blindado, quais são os riscos desse negócio, como ele pode funcionar melhor.
Muitas vezes, no agro, além de cuidar para dar certo, temos que cuidar para não dar errado, pois um erro de negócio, planejamento ou compra e venda pode prejudicar a margem de vários anos. Muitas vezes, quando você olha os negócios que quebraram, não foi porque deu errado, mas sim, porque tinha muita oportunidade. As empresas quebram mais por muita oportunidades do que por falta de oportunidade.
Para mim, está muito claro que os negócios do agro têm idealismo de sobra, mas falta ceticismo, fazer as perguntas difíceis e encarar a realidade, entender qual a estratégia do negócio, entender como se blindar de uma série de coisas.
Se você é só idealista, é chamado de bobo alegre, uma pessoa que vive nas nuvens, que acredita em duendes. Agora a pessoa só cética tem a vida muito amarga! Não vale a pena ter um negócio que dá muito dinheiro, mas que se odeia.
É necessário juntar os dois, ser cético e idealista. Cético nos negócios, mas idealista em acreditar e ter fé inabalável no futuro!