Busquem conhecimento e deleguem aos técnicos capacitados a responsabilidade da transformação técnica e econômica da atividade – Edmundo Benedetti (Professor – Pesquisador)

BeefPoint lançou seu prêmio mais importante do ano para reconhecer e celebrar quem faz a diferença na pecuária de corte brasileira.

Nosso trabalho é focado em 3 pilares: conhecimento, relacionamento e inspiração. Tudo isso com foco em uma pecuária mais moderna, lucrativa e eficiente. Realizar um prêmio que seja uma festa e uma homenagem a essas pessoas especiais da pecuária de corte é a melhor maneira que encontramos para trazer inspiração a todos os envolvidos na cadeia da carne. Celebrar e destacar os bons exemplos é o caminho que encontramos e por isso estamos fazendo o Prêmio BeefPoint Brasil 2013.

A premiação ocorreu durante nosso maior evento de 2013, o BeefSummit Brasil, que reuniu mais de 1.000 pessoas em Ribeirão Preto, SP, nos dias 10 e 11 de dezembro de 2013.

A cerimônia de entrega dos prêmios e divulgação dos ganhadores foi no final do dia 10 de dezembro, após as palestras e antes do coquetel com Chopp Pinguim e degustação de carnes especiais.

Para conhecer melhor os finalistas de cada categoria, o BeefPoint preparou uma série de entrevistas com cada um deles.

Confira abaixo a entrevista com Edmundo Benedetti, um dos finalistas do Prêmio BeefPoint Brasil, na categoria Professor – Pesquisador.

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Possui graduação em medicina veterinária pela Universidade Federal de Uberlândia (1977), mestrado em medicina veterinária pela Universidade Federal de Minas Gerais (1986) e doutorado em ciência animal pela Universidade Federal de Minas Gerais (1994). É pesquisador nas áreas de pastagens e nutrição de ruminantes.

BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária de corte do Brasil hoje?

Edmundo Benedetti: O maior desafio é levar o pecuarista a ser eficiente e presente no manejo das pastagens, visto que é  o alimento mais barato e mais nutritivo para os ruminantes a pasto, porém apenas 3% dos pecuaristas e/ou produtores manejam o pasto.

BeefPoint: O que o setor poderia, deveria fazer para aumentar sua competitividade no Brasil?

Edmundo Benedetti: O setor competitivo é aquele que prioriza o apoderamento da gestão da empresa e com isto valoriza a mão de obra por meio da sua capacitação permanente. Um programa de educação continuada do homem do campo seria a verdadeira política para aprimorar e gerar produtividade no setor de produção de carne, sem educação continuada não vamos avançar com determinação e sustentabilidade.

BeefPoint: Você poderia nos contar sobre os acertos? O que fez e deu certo em sua carreira? Qual a sua maior realização?

Edmundo Benedetti: Meu orgulho foi ter idealizado um programa de educação continuada para profissionalização do homem do campo, que esta sendo adotado em várias cooperativas e órgãos governamentais e privados. Muitos produtores, inclusive de corte (PROPEC baiano), estão sendo capacitados e profissionalizados pelo programa.

BeefPoint: Todos sabemos que aprendemos mais com nossos erros. O que fez e deu errado? Você poderia nos contar?

Edmundo Benedetti: Lembro-me de um acidente horrível na minha trajetória de consultoria, quando dissemos para o pecuarista utilizar sal ureado no período da seca em pastos diferidos, apenas dissemos sobre as vantagens e ganhos, mas não ensinamos como preparar a mistura. Foi quase uma catástrofe. A mistura mal feita, mal distribuída, chuva fora de hora. Os garrotes se intoxicaram e se não fosse a proximidade da fazenda a nós, não teríamos condições de salvar os animais. Perdemos apenas quatro de um rebanho de 180 animais.

BeefPoint: O que você fez em 2013 que te trouxe mais resultados?

Edmundo BenedettiEm 2013, o que mais me trouxe resultado foi a confiança dos produtores no programa de educação continuada, pois por meio dele centenas de produtores se apoderaram da sua empresa rural e novamente e permanentemente se motivaram a produzir e a crescer na atividade. Quando isso acontece temos a fixação do homem no campo com dignidade e felicidade.

BeefPoint: O que você pretende fazer em 2014? Quais são seus planos?

Edmundo Benedetti: Em 2014, se tudo caminhar como vem caminhando, vamos ter uma nova satisfação e prazer de levar o programa para a OCB MT, em quatro cooperativas, onde os cooperados terão a oportunidade de serem profissionalizados e motivados a crescerem nas suas atividades pecuárias. Além de continuarmos orientando alunos na pós-graduação e realizando pesquisas.

BeefPoint: Em sua opinião, o que deve ser feito para aumentar o envolvimento dos jovens na agropecuária?

Edmundo BenedettiOs jovens só não assumem suas responsabilidades junto aos pais porque os mesmos durante décadas sempre disseram que ser produtor não era vida para eles. Isto devido a baixa rentabilidade do sistema de produção. Todavia, nós temos exemplos espetaculares de filhos, até já casados com filhos, retornarem para a casa dos pais e assumirem seu lugar como homem estudado e disposto a contribuir e participar da empresa, tornando-a competitiva e promissora, graças ao programa de educação continuada.

BeefPoint: Qual o exemplo de pecuarista do futuro do Brasil hoje? Quem você admira por fazer um excelente trabalho?

Edmundo BenedettiSão aqueles que figuram no TOP 100, pois de alguma forma eles adotam consultorias, tecnologias, tem gerência sobre o negócio e sobretudo pensam não só na produção, mas na cadeia produtiva como um todo, esta forma de agir e pensar é o que leva a busca permanente do conhecimento. Vivemos a era do conhecimento!

BeefPoint: Por que você acha que foi finalista do Prêmio BeefPoint Brasil?

Edmundo Benedetti: Porque sou finalista… Provavelmente eu esteja contribuindo com resultados de pesquisa e de extensão rural aos pecuaristas deste nosso querido país. Estar sempre preocupado com a situação dos nossos produtores e desenvolvendo meios para melhorar e estimular a produtividade do nosso rebanho, sobretudo pela capacitação e profissionalização dos produtores.

BeefPoint: Que mensagem você deixaria para os pecuaristas?

Edmundo Benedetti: Senhores pecuaristas levem a sério e com apoderamento a educação continuada. Sempre buscando conhecimento e delegando aos técnicos capacitados a responsabilidade da transformação técnica e econômica da atividade.

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