“É o começo. Um bom começo”. Essa foi a reação, ontem, do presidente licenciado da Associação dos Criadores de Alagoas, Álvaro Vasconcelos, durante a solenidade em que o secretário de Agricultura Reinaldo Falcão entregou o cadastro agropecuário do Estado, ao delegado federal da Agricultura, Domício Silva.
A entrega oficial do cadastro, presenciada ontem por várias lideranças do setor rural, é considerada essencial para que Alagoas desse início ao processo de reabertura de suas divisas pecuárias.
Desde 2000 os criadores alagoanos estão proibidos de vender ou transportar animais para as regiões Sul, Sudeste, Centro Oeste, Norte e parte do Nordeste, porque o Estado é classificado como zona de risco desconhecido no programa de controle da febre aftosa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Com a entrega do cadastro, poderemos solicitar uma auditoria do Ministério e pleitear uma nova classificação”, afirma Vasconcelos. “Nossa meta é chegar à zona livre da aftosa, mas antes podemos chegar à zona de médio risco, o que nos daria o direito de voltar a transportar, ainda que com algumas restrições, os nossos animais para todo o País”.
Segundo o cadastro, o Estado possui 91.339 propriedades rurais e um rebanho bovino de 705.550 animais. O maior índice está concentrado na região do Vale do Paraíba, com 200.199 cabeças de gado.
Ainda nesta semana o secretário se reúne, em Brasília, com o ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, e a bancada federal para defender o fortalecimento do projeto de defesa animal em Alagoas.
Instalando barreiras
Para evitar a contaminação do rebanho local, Alagoas vai instalar barreiras de vigilância sanitária nas rodovias que ligam o Estado a Pernambuco.
O Estado vizinho está atrasado em relação a Alagoas por ainda não ter realizado o cadastro agropecuário e é classificado como de risco desconhecido pelo Mapa. Essa classificação, falou Vasconcelos, significa uma situação de risco extremo em razão da inexistência de dados acerca do rebanho pernambucano.
Em função desse quadro perigoso, ele disse que a partir do momento que Alagoas for considerada área de risco médio vai impedir a entrada de animal oriundo de Pernambuco. Enquanto não sai a nova classificação, a entrada de gado no Estado somente será permitida após a apresentação da Guia de Trânsito de Animal (GTA), que permite a comercialização da carne, leite e seus derivados no país.
Para Alagoas entrar na lista de regiões que podem exportar e comercializar carne e leite, precisa receber a certificação concedida somente pela Organização Internacional de Epizootia (OIE), órgão responsável pela concessão pela liberação de compra e venda de produto de origem animal.
Fonte: Gazeta de Alagoas e Tribuna de Alagoas, adaptado por Equipe BeefPoint