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Cade não aprova união de Perdigão e Sadia em bovinos

Perdigão e Sadia pediram ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para unir as suas operações de carne bovina. O relator do processo, conselheiro Carlos Ragazzo, aceitou sob condições. Mas, o presidente do Cade, Arthur Badin, adiou a definição para 2010, alegando que precisa analisar melhor o processo.

Perdigão e Sadia pediram ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para unir as suas operações de carne bovina. O pedido começou a ser julgado, ontem. O relator do processo, conselheiro Carlos Ragazzo, aceitou sob condições. Mas, o presidente do Cade, Arthur Badin, adiou a definição para 2010, já que foi a última sessão de julgamentos deste ano.

A dúvida de Badin é qual o poder de mercado das duas empresas – que se uniram este ano criando a Brasil Foods – no segmento de carne bovina. Elas informaram que têm participação inferior a 10%. O conselheiro Vinícius Carvalho perguntou ao relator se os dados sobre participação eram das empresas. “Sim, os dados são delas”, respondeu Ragazzo. Em seguida, Badin disse que gostaria de analisar o processo para ter mais segurança sobre essas informações.

Em julho Sadia e Perdigão assinaram um acordo com o Cade pelo qual se comprometeram a não unir suas plataformas industriais até a decisão final sobre o negócio. O objetivo do acordo é preservar as estruturas das empresas em separado para que uma eventual decisão contrária à compra da Sadia possa ser revertida. O Cade permitiu operações societárias entre as companhias, operações com derivativos e negociações com credores para reduzir encargos financeiros e alongar dívidas.

Ontem, o órgão antitruste analisou um pedido de flexibilização do acordo assinado em julho. As empresas querem realizar dois projetos. O primeiro é para a coordenação de atividades relacionadas à compra de carne bovina in natura. Sadia e Perdigão querem fazer negociações conjuntas de carne bovina. O segundo projeto é para a aquisição de insumos e serviços.

Ragazzo impôs condições para ambos os projetos para autorizá-los. O conselheiro-relator disse que as empresas poderiam trocar informações sobre o mercado de carne bovina apenas para a gestão desse mercado específico. Ele ressaltou que o pedido não se referiu aos mercados de suínos e de aves. Isso facilitaria a autorização, pois se trata apenas do mercado de carne bovina. Além disso, indicou que as companhias teriam de fazer contratos autônomos com fornecedores, com duração máxima de um ano. E que auditores independentes vão monitorar o cumprimento das condições.

“Não vejo prejuízo, por ora, em autorizar [os projetos] até a decisão final do Conselho”, disse Ragazzo. “As condições presentes no acordo são suficientes para manter as estruturas [das empresas] independentes”. Mas, como Badin pediu vista do caso, as empresas terão de esperar até 2010 para saber se poderão realizar ambos os projetos.

A matéria é de Juliano Basile, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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