Frigoríficos e pecuaristas reúnem-se hoje em São Paulo para tentar aparar as arestas depois de uma semana de desentendimentos provocados pela decisão de algumas empresas de importar carne bovina da Argentina. O episódio fez com que a Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA) anunciasse a sua saída do programa de exportação Brazilian Beef. Mas a decisão não é irreversível, admitiu o presidente da comissão de pecuária de corte da CNA, Antenor Nogueira. Ela dependerá, em parte, do que for discutido na reunião de hoje na Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
Para os criadores, a importação visa derrubar o mercado de boi. Já os frigoríficos alegam que é vantajoso importar porque os preços do boi gordo estão altos internamente. Em São Paulo os frigoríficos ofertam R$ 43 pela arroba. Pecuaristas querem R$ 45.
Um levantamento preliminar da CNA indica que teriam sido compradas 400 toneladas de carne argentina. Nogueira reconhece que a quantidade não é suficiente para derrubar o mercado.
Para o presidente da Abiec, Edivar Queiroz, a cadeia da carne precisa buscar um equilíbrio num momento de crise. “Há um desajuste de preços da matéria-prima”, menciona. Segundo ele, enquanto a arroba do boi custa cerca de US$ 19 no Brasil, está em torno de US$ 10 na Argentina e US$ 15,50 no Uruguai e Paraguai. A diferença nas cotações decorre da desvalorização do peso, que tornou mais competitivo o preço da boi na Argentina e também os preços na exportação, o que trava as vendas brasileiras.
Segundo Marco Bicchieri, do Bertin, os argentinos estão ofertando cortes como o “rump loin” (alcatra, filé e contrafilé) por US$ 6.500/tonelada FOB no mercado europeu. O preço antes do embargo à carne argentina ficava em torno de US$ 8.000.
O mau desempenho do mercado de carne também levou frigoríficos a reduzir abate e a dar férias coletivas em algumas unidades, caso do Bertin e do Minerva.
O Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA convocou reunião na quinta-feira para discutir a atual crise.
Fonte: Valor On Line (por Alda do Amaral Rocha), adaptado por Equipe BeefPoint
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O que estamos vendo e ouvindo é uma tremenda balela, querem nos fazer acreditar que comprando esta quantidade de carne vão interferir com o mercado do boi. Vamos vender para o mercado interno e não vamos vender para eles (exportadores), é só uma semaninha e vamos ver o mercado dar as rédeas.
No momento que se fala em qualidade para exportar, em rastrear para termos mercados (lá fora), estes urubus vão pisar no pescoço dos argentinos e tentar nos desequilibrar.
Procurem saber a que preços e quais quantidades estão exportando. E verão que mais uma vez isto é treta de quem não tem a mínima responsabilidade para com a nossa pecuária.
Eu pergunto: alguém está vendendo produto de qualidade, e recebendo a mais, para os maiores frigoríficos exportadores, vocês já ouviram estes frigoríficos se possicionarem sobre o tema RASTREABILIDADE.
Amigos, infelizmente a culpa não é deles, é sua.