Pedro Eduardo de Felício (Unicamp) recomenda fazer auditoria em toda cadeia produtiva da carne e descobrir os gargalos da produção. O pecuarista precisa fazer a sua parte
“Rendimento de carcaça, espessura de gordura, área de olho de lombo, aparelhos de medida que os frigoríficos estão utilizando, classificação dos cortes, genética superior no rebanho e rastreabilidade são fatores que o pecuarista precisa conviver e aplicar em suas propriedades, caso contrário seu projeto tenderá a não resistir”. A afirmação é de um dos maiores especialistas em carne bovina do País, Pedro Eduardo de Felício, professor do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade de Campinas (Unicamp/SP), e serve de advertência para muitos produtores brasileiros.
O professor da Unicamp fez esse alerta durante a Exposição Agropecuária de Araguaína (TO), que aconteceu entre os dias 11 e 22 de junho, da qual participou a convite da Agropecuária Jacarezinho, importante projeto pecuário do País. Felício, aliás, deixou claro que é necessário fazer uma verdadeira auditoria na cadeia da carne e citou a Jacarezinho como exemplo de sistema moderno de produção. “Tanto é verdade que seus reprodutores estão aptos a receber o CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção), concedido pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) aos projetos pecuários que se enquadram em uma série de normas de qualidade genética exigidos pelo governo”, completa o professor da Unicamp.
A integração de toda cadeia produtiva da carne ainda é um obstáculo a ser vencido. Pedro de Felício deixou claro que o pecuarista precisa dessa integração e também adequar-se ao manejo correto e procedimentos de criação, para atender as exigências dos frigoríficos, que por sua vez são pressionados pelo comércio e pelos consumidores. “No sudeste, o comércio de carnes já está sendo feito via internet, principalmente nos supermercados. O mercado exige boa tipificação de carcaça e o consumidor quer carne de qualidade. Dessa forma, o criador tem de se conscientizar e tratar seu negócio de forma profissional. Antigamente, os frigoríficos apostavam que quanto menos o criador soubesse, melhor. Hoje eles querem que o produtor participe e tenha conhecimento, pois sabem que ele faz parte do sistema. Caso contrário, será difícil atender os pedidos cada vez mais rigorosos por matéria-prima adequada”, finaliza Pedro Felício.
Fonte: Assessoria de imprensa da Agrop. Jacarezinho