Leia o comentário de Humberto Tavares, produtor de gado de corte, ativo participante do BeefPoint e também palestrante nos workshops do BeefPoint de 2012.
Pontos a considerar:
1) O sêmen estrangeiro pode não ter accountability. Pode ser bom e quando se constatar isso o animal já morreu, ou foi sacrificado, ou acabaram as partidas. O bom pode ser muito caro lá fora, inviabilizando a importação e incentivando a busca da “segunda linha”. Quanto mais amplo o número de características avaliadas mais fácil vender gato por lebre, sempre brandindo as tais “avaliações” de baixa acurácia.
2) A avaliação pelo Modelo Animal é fortemente viesada pelo pedigree. Filho de pai top sai avaliado top. Animal bom mas sem “padrinho” sai com avaliação fraca e não se lhe permite continuar sendo usado até que o desempenho dos filhos eventualmente corrija a fraca avaliação provisória inicial. Isso é péssimo para a variabilidade genética. Solução? Provas zootécnicas com amplo número de animais de grande número de rebanhos e seleção direta de reprodutores jovens por índice de seleção simples, sem Modelo Animal, nos rebanhos top.
3) Falta de opções é um problema para o Angus? Sim, mas o mar parece ser de Almirante. Daqui a no máximo 3 anos Angus vende mais sêmen que Nelore no Brasil. Um ano depois o Angus preto repete a façanha. Não vejo a ABCZ se movimentando para ensinar a usar sêmen Nelore nas primeiras inseminações, a admitir que o bom é o F1 e ensinar que cruzamentos posteriores ensejam diversos problemas (aumento do tamanho da vaca, inadaptação de mae e filho), a dizer que o repasse tem que ser com touro Nelore terminal , a ensinar a usar sêmen de Nelore maternal naqueles primeiros lotes que vão gerar a reposição. Preocupante…
Leia o artigo original: Angus: polêmica sobre controle de sêmen importado.
2 Comments
Associações de Raças Puras…
Raças diferentes, procedimentos iguais.
Cada uma tentando encher sua própria bola, esvaziando a bola da outra, em vez de buscar as qualidadades da “Complementaridade”, permitindo ganho maior ao produtor para gerar ganhos adicionais a toda a cadeia.
O Brasil não é uma ilha e os produtores cada vez mais atentos as possibilidades ligadas a produtividade (adaptabilidade, precocidade e desempenho).
Enfim, apostar tudo em uma única “ficha” em geral não é recomendável…
Muito boa as colocações.
Pura realidade.