As exportações gaúchas de carne bovina de 2001 devem fechar com queda de 28,58% em relação ao mesmo período de 2000, totalizando 40 mil toneladas. Os dados, que incluem carne in natura e enlatada, são do Sicadergs. A redução foi provocada pela febre aftosa, que brecou os negócios a partir de maio, num ano em que se projetavam vendas externas de 90 mil a 95 mil t.
O diretor do sindicato, Zilmar Moussalle, não arrisca projeções para 2002. “Tudo dependerá do mês em que os mercados se abrirem”. Somente para o Chile e países árabes, o RS poderá vender 3 mil t ao mês, enquanto a Rússia tem potencial para mil toneladas/mês. Ontem, no seminário “Oportunidades da carne brasileira: uma questão de qualidade e sanidade”, na Fiergs, o dirigente disse que a representatividade do RS cresceu desde 1998, ano em que exportou 19 mil t.
O agrônomo da Embrapa Gado de Corte (MS), Ivo Martins, está à frente de um projeto de qualidade de carne bovina que será implementado até dezembro na Embrapa Bagé e em São Carlos (SP). O projeto está em fase avançada no MS e PA. Além do aumento da eficiência produtiva ele destaca que o programa, criado há quatro anos, tem vantagens como garantia de produção o ano inteiro e capitalização dos efeitos da eliminação da febre aftosa. A idéia é estender o programa para ovinos, suínos e caprinos até o final de 2003. “A rastreabilidade é ferramenta indispensável nesse processo, além de alavancadora das exportações”, completa Martins.
A adesão ao programa nacional de rastreabilidade de bovinos e bubalinos é voluntária, mas a partir de julho o mercado europeu não comprará carne sem certificação. A Embrapa já entrou no processo para atuar na certificação e está totalmente envolvida na busca da carne de qualidade.
Fonte: Correio do Povo/ RS, adaptado por Equipe BeefPoint