Segundo relatório da BM&F, o mercado interno de milho perdeu força em abril, em função da projeção de uma superprodução da cultura nos Estados Unidos, além da sobrevalorização do real frente ao dólar.
Segundo relatório da BM&F, o mercado interno de milho perdeu força em abril, em função da projeção de uma superprodução da cultura nos Estados Unidos, além da sobrevalorização do real frente ao dólar.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou em seu relatório de intenção de plantio uma área estimada em 36,6 milhões de hectares, ou seja, um aumento de 15,5% em relação à área da safra anterior, em função da elevada demanda norte-americana de etanol. Esse fato provocou uma turbulência nos preços, derrubando a bolsa de Chicago. Além disso, o dólar em baixa faz com que reduza o preço de paridade de exportação em reais.
Além desses fatores, a expectativa de aumento da área de plantio da safrinha no Brasil também influenciou uma queda de preços no mercado interno. Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a área cultivada na segunda safra deverá ser 23,6% superior à do ano anterior, em função dos bons preços e boas condições climáticas.
Os preços internos do milho no atacado em março ficaram 8,3% mais baixos que em fevereiro, segundo dados do indicador Cepea/BM&F, cotados em Campinas (SP). Em abril, até o dia 19, o preço médio ficou em R$ 19,38/ saca, valor 12% inferior à média do mês passado.
Gráfico 1. Preços da saca de milho de 60 quilos, no atacado de Campinas, em reais.
Segundo informações do Cepea, os produtores aguardam definições do mercado, que serão influenciadas pelo clima nos Estados Unidos. Mais de 60% da safra de verão no Brasil já foi colhida.
No mercado internacional, ainda há uma expectativa de aumento da demanda da China. Isso porque, segundo o relatório da BM&F, o governo chinês comentou a possibilidade da oferta de milho tornar-se relativamente escassa no país em virtude do acelerado crescimento da demanda, o que poderia fazer da China um importador do grão em poucos anos. Para 2010, a previsão é de uma produção de 150 milhões de toneladas, frente a um consumo doméstico de 160 milhões de toneladas.
No caso da soja, os preços internos também estão em queda em função da colheita e da queda na Bolsa de Chicago, apesar das indicações altistas divulgadas pelo USDA sobre a intenção de plantio dos Estados Unidos, segundo o relatório da BM&F.
O relatório indicou uma redução de 11% na área de soja em relação à safra anterior, alcançando 27,2 milhões de hectares, em virtude da expansão da área de milho. A maior demanda por milho nos EUA impactou seus preços, e conseqüentemente os preços da soja, em função do avanço do milho em suas áreas.
No mercado interno, segundo o Cepea, a safra 2006/07 já foi finalizada, sendo que o mercado está pouco movimentado. Os produtores brasileiros se preparam para a próxima safra e a tendência é que haja aumento da área plantada no Brasil, visto que há maior estímulo dos produtores com os elevados preços em dólar.
Os preços em março recuaram cerca de 2,4% frente a fevereiro, segundo o indicador Cepea/Esalq. Entre os dias 2 e 19 de abril, a média de preços da saca de 60 quilos no Paraná foi de R$ 30,15, registrando uma redução de cerca de 6% em relação a janeiro.
Gráfico 2. Preços da saca de soja de 60 quilos, no Paraná, em reais.
Equipe AgriPoint