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Cai o número de bovinos nos EUA

Diminuição de rebanho deve fazer o preço da carne subir.

O presidente da atacadista do setor de carne Stock Yards Packing, em Chicago, Matt Pollack, adverte clientes como a Gibsons Steakhouse que os dias de carne bovina barata chegaram ao fim. Os cortes de carne que alcançaram os preços mais baixos em dois anos e meio há apenas três meses, registraram uma alta de mais de 13% neste ano, e para Pollack ainda podem subir mais 10% atingindo altas recordes. O rebanho dos EUA está diminuindo, e por isso ele e outros atacadistas estão pagando mais caro pela carne que recebem de processadores como a Tyson Foods

A produção de carne bovina este ano nos Estados Unidos deverá cair 2,1%, para 25,66 bilhões de libras peso (11,6 milhões de quilos), segundo informações divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

“Todos adoram preços mais baixos e nunca acham que a antiga tendência voltará”, disse Pollack, que administra a empresa fundada por seu avô em 1893 e que agora pertence à varejista holandesa de alimentos Royal Ahold. A perspectiva de carne mais cara surge no momento em que muitos restaurantes ainda têm de se recuperar de uma queda no setor devido à recessão e ao declínio nas viagens de turismo depois dos ataques terroristas de 11 de setembro.

O Smith & Wollensky Restaurant Group , com 15 restaurantes em cidades como Nova York, Las Vegas e Nova Orleans, informou que as vendas da empresa no quarto trimestre caíram 16% em comparação com igual período de 2001, já que menos pessoas optam por jantar fora.

Os compradores varejistas não serão os únicos que enfrentarão preços muito elevados da carne bovina neste ano. Os supermercados provavelmente vão cobrar preços altos por bifes e por outros cortes no momento em que a demanda nos Estados Unidos aumentar com a recuperação da economia e o fornecimento do produto ficar mais escasso.

Os preços no varejo norte-americano da carne bovina de primeira podem atingir a média de US$ 3,50 a libra-peso (453,59 g) neste ano, alta de 3,4% em relação aos US$ 3,39 de 2001, quando os preços subiram atingindo um recorde antes que a recessão se aprofundasse, segundo prevê o economista da Universidade de Missouri, Ron Plain.

O custo da carne no atacado, que recuou 19% em 2001, deverá subir principalmente porque os proprietários de confinamentos no Texas e de outros estados compraram menos animais jovens, o que reduzirá o abastecimento ao mercado nos próximos meses.

Houve um excedente de animais exatamente quando a demanda diminuiu no fim do ano passado, o que forçou frigoríficos como Tyson Foods, Cargill e ConAgra Foods a reduzir compras. Os preços do boi caíram para cerca de 62 centavos de dólar a libra-peso, o nível mais baixo desde maio de 1999.

Muitos operadores de confinamento perderam mais de US$ 100 por animal vendido, e o setor perdeu cerca de US$ 3 bilhões nos cinco últimos meses de 2001, segundo estimativas do editor do boletim Cattle Buyers Weekly, Steve Kay.

Os pecuaristas que trabalham com confinamentos, que compram bois jovens e os engordam durante quatro meses até que alcancem o peso para abate, reduziram as compras de animais em todos os meses a partir de agosto. Em 1 de fevereiro, os confinadores contavam com 9,946 milhões de cabeças, uma baixa de 2,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Com menos bois disponíveis para o abate, os frigoríficos norte-americanos provavelmente vão pagar algo entre 74 e 79 centavos de dólar por libra-peso por animais prontos para o abate neste ano, uma alta média de 3,4% em relação aos 74 centavos registrados em 2001, segundo dados do USDA.

Fonte: Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint

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