O resultado das vendas externas do setor coureiro-calçadista no primeiro bimestre deste ano servirá de argumento para que o governo federal reconsidere a decisão de reduzir a taxação do wet blue de 9% para 7%. Instituída em 15 de janeiro, a queda no tributo incentiva os curtumes a exportarem as peças com menor valor agregado.
Segundo o presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil, Amadeu Fernandes, “o segmento de curtumes está determinado a reverter o quadro”, já que o setor busca vendas de produtos mais acabados. Fernandes, que participou ontem da mesa redonda com representantes da cadeia coureiro-calçadista durante o Salão Internacional do Couro e do Calçado (Sicc), em Gramado (RS), destaca que as exportações de wet blue mantiveram-se estáveis em janeiro e fevereiro, mas a comercialização de couro acabado caiu em torno de 27%.
Mesmo que este porcentual não esteja consolidado é um indicativo de que a resolução da Câmara de Comércio Exterior (Camex) de baixar a tarifa possa ter sido equivocada. “Queremos gerar valor agregado e continuar gerando empregos”, afirma o empresário.
Apesar da frustrada negociação na primeira quinzena de janeiro com o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, Fernandes afirma que o governo está aberto para o debate.
Com 800 curtumes no Brasil, o setor tem como meta aumentar a produção em 7% até 2005. Já nas exportações, a estimativa é ampliar as vendas em 20% ao ano, com ênfase em couro acabado.
Fonte: Jornal do Comércio/RS, adaptado por Equipe BeefPoint