A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Carne Bovina, reunida ontem (05) no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), fez uma avaliação do Sistema Brasileiro de Identificação de Bovinos (Sisbov), que já conta com mais de 7,4 milhões de animais cadastrados, e decidiu formar um grupo de trabalho para estudar a certificação por propriedade.
A proposta, após dez dias para exame e discussão nos diversos segmentos do setor produtivo, será entregue ao ministro Roberto Rodrigues, a quem caberá a decisão final sobre sua implementação.
A idéia que prevaleceu na reunião é de que a certificação seja feita por propriedade rural, cabendo ao pecuarista o gerenciamento dos animais. Essa proposta, como uma nova opção dentro do sistema, se ajustaria mais às pequenas propriedades, não excluindo a identificação dos bovinos individualmente.
Foi sugerida a implantação de um sistema nacional de classificação de carcaças bovinas, que poderá resultar em incentivo econômico ao produtor, pois sendo rastreada, obteria um preço melhor no mercado, tanto nacional quanto externo.
Os criadores também sugeriram que as propriedades que fazem confinamento de animais e que mantêm números e registros do gado possam relacioná-los com o número do Sisbov, desde que possam ser auditados. A medida, que precisa ser aprovada pelo Ministério, valeria até 30 de novembro deste ano.
No encontro foi discutida ainda a pauta que será levada pela missão brasileira à reunião com autoridades da União Européia, prevista para setembro próximo.
O coordenador da Câmara Setorial e do Fórum de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Antenor Nogueira, disse que os criadores irão se reunir no dia 14 para discutir uma proposta de certificação por fazenda.
Habilitação
Entre os temas mais importantes está a incorporação de áreas não habilitadas para exportação para a UE. Embora alguns estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais sejam reconhecidos internacionalmente pela Organização Internacional de Epizootias (OIE) como livres de aftosa com vacinação, possuem regiões não habilitadas à exportação de carne fresca, devido à restrições anteriores à conclusão do processo de reconhecimento internacional da zona livre brasileira.
Hoje, segundo o diretor do Departamento de Defesa Animal do Mapa, João Cavalléro, não há justificativa técnica para tais restrições e o governo brasileiro tomará medidas fortes para a incorporação dessas áreas na exportação de carne in natura.
Para ele, a inclusão dessas áreas acrescentaria, só no Mato Grosso do Sul, oito milhões de cabeças ao contingente bovino destinado ao abate para exportação.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Valor On Line (por Alda do Amaral Rocha), adaptado por Equipe BeefPoint
0 Comments
Dia 29/07/03 enviamos este comentário que estamos fazendo no momento ao Beef Point ao MAPA.
Entendemos que a rastreabilidade do rebanho brasileiro é de fundamental importância para atender ao mercado comprador, aquele que melhor remunera a cadeia produtiva da carne, no entanto ao nosso ver, o governo deveria divulgar melhor a data limite que parece ter sido 15/07/03 para exportar carne à U.E, o que está causando toda essa polêmica, porque no momento não existe bois rastreados para cobrir as escalas de abates.
Levar os animais em final de acabamento ao curral de manejo para identificá-los causaria um stress violento aos animais e certamente uma grande perda de peso para não dizer perdas, pois os animais se machucam, causando grande transtorno aos produtores.
Assim, a data limite para haver diferença de preço deveria ser novembro, ocasião que todos os animais vão ao curral para receber as medidas profiláticas acrecentar a rastreabilidade não seria problema.