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Câmara Setorial paulista elabora relatório sobre gargalos do setor frente às exportações

A Câmara Setorial Paulista da Carne Bovina reuniu-se ontem (08) na Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, para discutir estratégias de novos mercados para a carne bovina brasileira.

Participaram da reunião todos os elos da cadeia produtiva, desde representantes da indústria de insumos, produtores, frigoríficos, indústria do couro e representantes do Mapa (Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e SIC (Serviço de Informação da Carne).

Dentro de dez dias, um grupo formado pelos membros da Câmara apresentará um relatório para o secretário de Agricultura, Duarte Nogueira, com propostas de medidas necessárias na área comercial e sanitária e metas a serem alcançadas pelo setor.

Para o presidente da Câmara, Cesário Ramalho, São Paulo precisa manter o status sanitário já alcançado. “Se mantivermos no mesmo padrão o que já fazemos para a sanidade de nosso rebanho, garantiremos o mercado que detemos”, afirmou Ramalho. Em 2002, o Estado vendeu US$ 827,6 milhões do produto a outros países.

Duarte Nogueira compartilha da mesma opinião. “Na última campanha de vacinação contra a febre aftosa, atingimos 99,42% de cobertura. São Paulo não registra nenhum foco da doença há oito anos”, disse o secretário, acrescentando: “Precisamos ser mais agressivos na aproximação com os novos mercados. Não basta apenas fazer, é necessário comprovar o que fazemos. Para isto, a vacinação, a garantia de sanidade é nosso maior trunfo”.

Outro ponto abordado na reunião é o controle dos animais importados. Em São Paulo, eles são rastreados e acompanhados de acordo com as normas estabelecidas pelo MAPA em 2001. Pela norma, esses animais, quando terminada sua vida reprodutiva, são sacrificados e incinerados, através de solicitação formal de seus proprietários, acompanhado da coleta de material (tronco encefálico) para exames laboratoriais, como medida de vigilância para EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina), o mal da “vaca louca”. Desde 1996, somente se permite a importação de gado bovino de países onde não houve a ocorrência de casos autóctones, ou que não sejam considerados de risco para EEB.

No Estado, 144 propriedades com animais importados estão cadastradas, com 2.717 cabeças. Destas, 1.629 estão vivas, sendo que 211 foram abatidas e 733 tiveram morte natural anteriormente ao rastreamento, e 144 foram sacrificadas, nove delas na quarta-feira (07), em Porto Feliz, com acompanhamento oficial.

Esses animais foram importados de 13 países: Argentina, México, Paraguai, Alemanha, Áustria, Bélgica, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Reino Unido, Suíça e Luxemburgo. À exceção de México, Argentina e Paraguai, os demais países mencionados estão com importação de bovinos proibidas devido à ocorrência de EEB.

Para o secretário de Agricultura paulista, além da sanidade garantida, o investimento em marketing deve ser uma das armas na conquista de novos mercados. “O Brasil produz o ‘boi verde’, característica mais do que suficiente para sermos livres do perigo da ‘vaca louca’. É a nossa maior vantagem em relação a outros países exportadores”, afirmou. Ele acredita que esse esforço deve ser em conjunto com o MAPA, assim como com países produtores do Mercosul. “Hoje, não basta garantirmos a nossa sanidade, mas sim a dos nossos vizinhos e trabalhar em blocos”.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, adaptado por Equipe BeefPoint

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