Recém-chegado da feira de alimentos Sial, realizada em Paris (França) entre os dias 17 e 21, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, disse que a carne bovina brasileira tem um grande desafio no exterior: manter sua competitividade.
Recém-chegado da feira de alimentos Sial, realizada em Paris (França) entre os dias 17 e 21, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, disse que a carne bovina brasileira tem um grande desafio no exterior: manter sua competitividade.
“Observei, durante a Sial, que há uma isonomia de preços da carne bovina no exterior. Passamos a ter competidores que até então não eram nossos concorrentes. Portanto, temos que trabalhar para manter a competitividade da carne bovina brasileira” – afirmou. Segundo ele, não há como promover uma queda nos valores da carne no momento, já que a matéria-prima está muito cara e o dólar não para de depreciar, situação que se repete no mundo todo. “Temos que agregar valor ao nosso produto” – disse, ressaltando a importância do trabalho mais próximo com o governo.
O presidente executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, que também esteve presente no evento, disse que há um potencial de crescimento das exportações do frango brasileiro, mas o câmbio nos atuais patamares pode atrapalhar. “Os estoques estão baixos em todo o mundo, diferente dos anos anteriores. Há uma grande demanda pelo frango brasileiro, mas a principal reclamação é o preço” – afirmou. “Com o dólar fragilizado e custos altos de produção devido à alta dos insumos, como milho e soja, é impraticável trabalharmos com preços menores no exterior” – completou.
A reportagem é do Canal Rural, adaptada pela Equipe BeefPoint.
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Lógico que os preços da arroba ao longo do tempo vão oscilar conforme a oferta e demanda interna e externa. Mas espero que a partir de agora consigamos manter a isonomia de preços com outros mercados.
Para o bem do pecuarista o diferencial competitivo dos frigoríficos nacionais no mercado externo não pode ser lastreado no baixo preço do boi gordo e sim na escala de produção, eficiência industrial, penetração comercial e cada vez mais na agregação de valor ao produto carne bovina. Temos 3 grupos – JBS, Marfrig e BRFoods – em condições de mudarem.
Quanta falácia….
Ainda não entenderam que só nos tornamos os maiores exportadores de carne bovina do mundo,meramente porque tínhamos o maior plantel do mundo,porque também tínhamos um dos bois (@) mais baratos (as) do mundo,sendo o valor histórico da @ boi até a uns 5/6 anos atrás de U$20,00.
Vender produto de relativa qualidade,praticamente orgânico,sim porque nosso boi,era o boi verde,criado quase que exclusivamente a pasto,@s baratas,carnes baratas.
Muitas coisas mudaram,tendo em vista o alto canibalismo do setor,e também a desestrutura dos nossos frigoríficos,na sua maioria açougues de grande porte e desta forma administrados.A impossibilidade de sonegação e lavagem de dinheiro,tais impossibilidades,ou porque,pelo por menos não compensa mais.A diminuição do nosso plantel,a terra que valorizou na casa dos 700% em São Paulo,a disputa pela terra,para esta produza outras culturas,fossem elas: cana,soja,mamona,algodão,etc…O boi subiu em dólar,mais que triplicou seu valor em dólar.
A carne commodities,oriundas das commodities primaria boi / vaca,já suportam ser tratadas desta forma.
Entramos em uma realidade onde apenas um selo para as carnes brasileiras já não é mais o suficiente.
O consumo tende a mudar mundo a fora,a crise,que agora mudou de perfil e passou a ser crise cambial,que pode tornar-se ainda mais perigosa que a “passada e sua consequencias”.A poupança dos americanos já somam 6% este ano,até o ano passado esta poupança era de 2% negativa,ou seja,os americanos estão entendendo que não vale mais a pena consumir por consumir.
Os europeus também tendem a aumentar suas poupanças,estamos chegando ao consenso que consumir indiscriminadamente faz parte do passado,e que daqui para frente é necessário ter responsabilidade,será que os empresários brasileiros vão enxergar isso logo?Será que terão que sofrer e fazer sofrer ainda mais?
Que leitura fazemos,sobre os acontecimentos no mundo?
A Índia vendendo,exportando,Búfalos,quando que búfalos são melhores do que os nossos bois inteiros?
Isto apenas e tão somente a busca pelo mais barato,ainda que se tenha que depreciar a qualidade.
Não importa o tamanho dos nossos frigoríficos,quanto maior,maior o tombo.Esta é a verdade,quanto maior mais comprometido esta,ou estará,o seu capital de giro.
A Sial demonstrou que existe demanda reprimida,mais também que a limite para os preços.
Precisamos reconhecer que estamos em uma encruzilhada,e mudar a forma de gerir frigoríficos,o modelo ainda usado quebrou.
Saudações,
EVÁNDRO D. SÀMTOS.
Manter a competitividade da carne brasileira no exterior! Belas palavras de efeito mas na pratica inocuas!Como manter competitividade com o preco da materia prima (o boi) subindo a cada dia – com uma taxa de cambio totalmente adversa as exportacoes – com um mercado interno forte pagando pela carne precos muito melhores que o mercado externo – principais mercados externos em recessao economica- concorrencia feroz de outros paises exportadores com precos inferiores aos nossos –
Realmente é uam tarefa herculea….objetivo(manter competitividade?) que na pratica eh impossivel de ser alcancado nas atuais condicoes!
A industria frigorifica é realmente muito especial pois compra-se a materia prima sem saber a que preco vai se vender o produto final.
Fomos grandes exportadores quando o boi era barato – nossa carne conquistou o mundo pelo preco e claro qualidade – mas agora nao temos mais preco competitivo e em qualidade competimos com os tradicionais exportadores mundiais que todos conhecemos !
a nossa (unica)vantagem é que aqui está o volume , ou seja quando nao existem outras opcoes no mundo para comprar carne, os importadores tem que cair aqui e pagar os nosso precos – mas somos a ultima opcao da lista, devido a tantos fatores jogando contra.
Alem de agregar valores – onde for possivel claro – , as autoridades e as entidades representativas do setor tem que concentrar os maximos esforcos em abrir os mercados que ainda estao fechados – Japao Coreia Taiwan Malasia Indonesia China Estados unidos etc – alguns destes mercados ate dizem que estao ja abertos ,mas ainda travados e dificeis de se negociar –
Só assim teremos alguma esperanca de manter nossas exportacoes de carne bovina. Do contrario a tendencia é de perdermos cada vez mais nossa fatia de participacao no mercado mundial – esta é a dura realidade apesar de declaracoes otimistas e utopicas de alguns e wishful thinkings de outros…
Realmente.A carne mais barata é a opção do europeus.Não importa de onde(desde que com qualidade assegurada).Antes ela era brasileira,não é mais.Se o Brasil não focar sua estratégia em produtos com maior valor agregado,ao que tudo indica,perdera market share cada dia mais.
Volumes grandes sao um problema,mas os europeus tem achado mercados que oferecem carne mais barata que o Brasil e isto é acima de tudo o principio do bom negócio.Volumes,talvez eles consigam com mais fornecedores de difirentes países,ao invés de só do Brasil.E isto já esta acontecendo.
Mesmo o frango esta enfrentado problemas na Europa,a carne in natura brasileira não é mais barata ..E agora? A demanda existe,mas com o preço alto..Começa-se procurar países com pequenos volumes e preços baixos.Este ciclo sempre existirá.
Bom dia,
Vamos fazer um levantamento do preço da carne de outros países, concorrentes do Brasil.
Minha avaliação preliminar é que o preço brasileiro subiu, mas o dos outros países também subiram.
E o dólar está se desvalorizando em relação a todas as moedas (apesar do Real estar se valorizando mais do que a maioria das moedas).
Em breve teremos mais informações.
Abs, Miguel
Miguel,
Acredito que terá sua avaliação preliminar confirmada. E não acredito que para mantermos as exportações de carne o único caminho seja o boi barato.
Att,
Miguel lamento dizer mas a sua avaliacao preliminar estã completamente equivocada – todos os outros paises exportadores tem carne mais barata de que o Brasil – inclusive a propria Australia em alguns cortes de traseiro (patinho por exemplo) e dianteiro – informacoes vindas de clientes fieis meu s da russia e singapore me afirmam isto – precos para a russia do Uruguay Paraguay e Argentina sao mais baratos que os nossos pois estou vendendo deles para meus clientes com ate usd 300/400 de diferenca por ton – isto estou te afirmando pela pratica de mercado real ,nao por levantamentos atraves de entidades ou orgaos que nao estao diretamente agindo no dia a dia de mercado –
sim eh verdade que o preco brasileiro subiu como tambem o de outros paises (mas menos que o Brasil inclusive pela excessiva valorizacao do real em relacao as outras moedas que voce mesmo reconhece..)
claro que devemos sempre ser otimistas em tudo na vida – Mas tambem temos que ser realistas e nao sonhadores – Acho este tipo de otimismo utopico muito prejudicial ,pois cria a sensacao de que as coisas vao maravilhosamente bem quando a coisa eh exatamente o oposto – chega de inverdades as vezes causadas pelo desconhecimento – vamos ser mais realistas colocando os pes no chao e enfrentando a dura e cruel realidade e passando a verdade aos leitores – as vezes me passa a impressao de que certas pessoas ligadas ao setor pecuario so falam ou escrevem coisas que os pecuaristas querem e gostam de ouvir , mesmo que nao seja verdade…..
A situacao dos frigorificos é terrivel sob todos os aspectos – grandes pequenos medios todos operam no prejuizo seja no mercado domestico ou na exportacao – e a perspectiva para a industria continua pessimista para os proximos anos – mas vai chegar uma hora em que o mercado vai se auto regular -mas ate chegar la nao existe milagre todos os elos da cadeia vao sofrer – pecuaristas com dinheiro parado (e talvez irremediavelmente perdido) em rj`s -frigorificos operando com prejuizo – consumidor pagando caro pelo “luxo”da carne …. e assim vai……
Podemos então concluir que commoditie é tratada como commoditie,o melhor (mais baixo) preço leva o pedido,aqui no mercado interno,mas também no mercado externo.
A coisa só vai mudar quando descommoditizarem os cortes de carnes.
Saudações,
EVÁNDRO D. SÀMTOS.
Bom, como estou na outra ponta do negócio, como importador na Noruega, posso dizer que parei e fui parado pelos frigos brasileiros, por questões de precos, de comprar acém no Brasil e hoje estou comprando mais barato da Australia e Italia…Mas estou de acordo com o Camardelli, o Brasil precisa agregar valor a sua carne e junto com isso escala. Sem escala em um produto de valor agregado o Brasil não consegue competir em preco com grandes processadores da Europa ou EUA. O exemplo mais famoso é o suco de laranja. Os envasadores brasileiros não conseguem competir em escala e preco com os envasadores europeus. Logo o Brasil deve mandar o concentrado à granel em navios e os europeus envasam o suco e agregam valor nele….O mesmo processo esta acontecendo agora com o leite de soja. Mega envasadores europeus estão sendo criados e o Brasil esta se tornando num mero fornecedor de matéria prima…
Olá Frederico, boa tarde. Obrigado pelo comentário.
Acredito que se o preço está mais alto no Brasil do que em outros mercados, três coisas podem acontecer:
1- o preço da carne brasileira vai cair
2- o preço da carne de outros fornecedores vai subir
3- o Brasil vai priorizar o mercado interno, que está pagando bem, e exportar menos
Não vejo problemas em termos a terceira opção, que considero possível dada a demanda interna e disponibilidade atuais de carne.
Abs, Miguel
Olá pessoal, segue mensagem de um amigo, trader, sobre o mercado global:
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A falta de carne é sim global. Argentina está muito complicado, com pouco gado, pouca oferta e muitos problemas para obter o ROE. Uruguai tem sua producao limitada.
No caso de europa, USA e Australia fazem um trabalho pequeno, nao é facil enviar carne para europa, operacionalmente falando.
O preço do Brasil está subindo sim, acompanhando o aumento do preco dos demais.
O Brasil perdeu muito a competitividade. Quando Europa fechou o Brasil, muitos brasileiros achavam que EU nao sobreviveria sem nossa carne. O oposto aconteceu. Alem de sobreviver sem nossa carne, EU descobriu algumas outras oportunidades de melhor qualidade.
Hoje o Brasil nao e mais aquele com carne barata, competitivo, @ a US$ 40, Dolar 2 x 1. Ou seja tudo favoravel.
Hoje temos o animal mais caro do mundo e ainda com um agravante, nossa qualidade querendo ou nao piorou, porque hj é só boi inteiro que encontramos no Brasil. O dolar esta afetando muiito tambem.
Por outro lado mercado como Russia, Oriente Medio, Norte da Africa, estao comprando bastante e pagando os precos. Logico que sao produtos diferentes.
E o mercado interno vc acha que sustenta ate quando??
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Minha avaliação é que os preços brasileiros deixaram de ser aquela maravilha para os compradores, no passado era muito mais barato. Hoje não é muito mais barato. Com isso, temos mais reclamações.
Minha avaliação do mercado mundial é de um mercado comprador, com a demanda crescendo mais do que a oferta consegue acompanhar. O abate de fêmeas não ocorreu só no Brasil.
Argentina tem problemas políticos, Uruguai está próximo de seu limiar, EUA não conseguem crescer produção, preço do milho atrapalha e ainda há barreiras do tempo da vaca louca. Austrália se recupera de uma seca de 4 anos. Europa segue em declínio na produção.
Fora a Índia, o Brasil é o país que pode crescer a produção, nesse mundo que cresce a demanda.
Além disso o câmbio e a demanda interna tem favorecido muito o mercado interno. São Paulo é uma das cidades mais caras do mundo hoje. Isso é uma indicação de que o mercado interno deve ser mais explorado.
Obrigado pela discussão em alto nível.
Abraços, Miguel
Olá amigos,
Segue depoimento de outro amigo, trader com grande experiência no mercado internacional.
Acho que faz bastante sentido o que ele coloca.
Abs, Miguel
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Certamente o Brasil está perdendo competitividade nos mercados mundiais. A combinação de câmbio forte em relação às principais moedas, especialmente o us$ e um mercado interno extremamente aquecido faz com que as exportações se tornem mais difíceis. Os preços brasileiros hoje (tanto de boi como de carne) estão mais caros do que os dos principais players mundiais. Os grandes países compradores já conseguem hoje comprar a melhores preços da Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos. E o estão fazendo. A Europa, depois de muito tempo está voltando a tornar-se também exportador de cortes bovinos.
O preço da carne bovina irá aumentar nos próximos meses, mas o aumento no Brasil foi e está sendo muito acentuado e muito rápido. Os países importadores não conseguem acompanhar o ritmo do consumo brasileiro, principalmente neste final de ano. Eles estão buscando abastecimento nestes outros produtores e eu penso que o teste será no início do próximo ano, quando os packers brasileiros irão tentar colocar os seus produtos e os grandes compradores estarão abastecidos. Haverá um choque de preços e de fato o mercado interno será testado com um volume expressivo de produto.
Eu penso que devemos mudar tua afirmação: O preço em todo mundo sobe por que o preço no Brasil sobe.
Vamos importar quem sabe tem mais preço vc s nao acham?
Boi a 65$ , melhor importar .
Culik
Será que ao procurarem outros fornecedores os compradores não levarão ao aumento de preços da carne nestes mercados? E há aspectos sanitários e de acordos comercias a serem considerados. O fato é que substituir integralmente o volume de carne brasileira exportada atualmente não é fácil. Acredito que a médio e longo prazo haja uma tendência de equilibrio de preços em um mundo cada vez mais globalizado. Os compradores estarão sempre em busca das melhores condições comerciais, mas os vendedores também.
Parabéns ao Carlos Massotti pelo comentário. Acertou em cheio. Disse 100% da verdade.
Parabéns ao Culik também. Me parece a melhor e única saida.
A falta de uma política agrícola brasleira, como a PAC da UE, faz com que todos os setores do agronegócios sofram por uma razão ou outra que tenho destacado ao longo de meus comentários, na mídia brasileira e internacional, que seguem sempre uma linha institucional por atuar profissionalmente com “Public Affairs and Communication” em defesa de empresas, associações e estados brasileiros no setor de agronegócios junto à UE.
Desta forma, da mesma forma que não me proponho discutir estratégias de futebol com especialistas do setor não tenho como adivinhar de que forma e com que formula conseguiremos manter a competitividade do nosso produto no exterior. Devo no entanto salientar que a presença do Presidente Camardelli na ABIEC será sem dúvida alguma uma contribuição considerável para que os pontos negativos assinalados pelo Massotti, excelente trader com anos e anos de experiência no setor, sejam aos poucos superados por meio de muito trabalho junto à cadeia produtiva e ao governo seja estadual ou federal.
Jogi Humberto Oshiai
Director for Latin America Trade to the European Union
O´Connor and Company
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