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Câmbio faz Brasil perder mercado de carne para EUA

A valorização do real ante o dólar tem feito o Brasil perder mercados de carnes para os Estados Unidos, cuja moeda vai na direção contrária. Foi o que disse nesta quarta, dia 30, em Nova York, o presidente do grupo JBS, Wesley Mendonça Batista. O câmbio, segundo afirmou o dirigente, dará aos EUA vantagem sobre as economias emergentes nas exportações de alimentos.

A valorização do real ante o dólar tem feito o Brasil perder mercados de carnes para os Estados Unidos, cuja moeda vai na direção contrária. Foi o que disse nesta quarta, dia 30, em Nova York, o presidente do grupo JBS, Wesley Mendonça Batista. O câmbio, segundo afirmou o dirigente, dará aos EUA vantagem sobre as economias emergentes nas exportações de alimentos.

O mercado internacional de carnes vai ser cada vez mais suprido pelos EUA, onde o dólar e a economia andam fracos. Enquanto isso, o real deve continuar forte no Brasil – um dos maiores produtores de carnes do mundo – encarecendo o produto nacional. Esse fator, mais as mudanças que estão ocorrendo na economia mundial, já aumentaram o preço das exportações brasileiras de frango para o Oriente Médio, o que está ajudando os produtores norte-americanos a ganhar mercado naquela região, afirmou Batista.

Segundo ele, há apenas seis meses, o Brasil exportava frango para o Oriente Médio por cerca de US$ 1,2 mil por tonelada. Mas, por causa do câmbio, o preço saltou para quase US$ 2,2 mil por tonelada, praticamente o mesmo valor que os exportadores dos EUA cobram pelo produto.

Nos últimos anos, os exportadores brasileiros conseguiram elevar os preços de venda, mas agora esses valores alcançaram níveis em que o produto dos EUA – historicamente mais caro – tornou-se alternativa. Alguns importadores estão trocando a carne brasileira pela norte-americana, disse Batista.

O JBS, que na última década cresceu no Brasil e nos EUA com grandes aquisições, está em posição de tirar proveito de sua base norte-americana graças à desvalorização do dólar.

No lado da demanda, Batista e outros integrantes do setor veem um crescimento ininterrupto na esteira do desenvolvimento dos mercados emergentes. “Mesmo um pequeno crescimento econômico em países como os Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) significa mais pessoas comprando carne”, comentou Batista, que não crê em mudanças nesse cenário.

Para ele, não há aumento de produção de carne bovina “na hora em que quiser”, comparando seu negócio com a produção de grãos, que pode responder muito mais rápido a choques de demanda.

A reportagem é da Agência Estado, com informações da Dow Jones, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Carlos Roberto de Oliveira Jr disse:

    Boa tarde amigos. Não sou economista, mas não é dificil perceber que aqui neste pais está tudo caro. Depois de mais de 20 anos no mercado, não é mais novidade que suinos da Europa estão mais baratos que os do Brasil. Não é mais novidade que frangos dos USA estão mais baratos que os do Brasil. Também não é novidade que a carne bovina do Brasil está entre as mais caras do mundo.
    Nossos produtores dizem que a qualidade aqui é bem melhor. Tudo bem. Mas em um mundo em crise financeira, onde o preço está em primeiro lugar, não se pensa duas vezes antes de comprar uma carne mais barata.
    Isto não se restringe às carnes. Praticamente tudo está caro aqui no Brasil.
    Grande parte disto deve-se ao cambio, mas parece que o governo não está tão preocupado, ou está totalmente omisso em relação a isto.

    Até quando ? Será que vão esperar mais frigorificos ou empresas quebrarem ou entrarem em recuperação judicial ?

  2. Washington Jorge Neto disse:

    Concordo em parte com o Sr. Carlos, porém a qualidade dita sim o preço, basta vc ir nas gôndolas dos supermercados e comparar a diferença de preço do produto comum e do produto orgânico. Emfim, não quero dizer que o boi do Brasil é orgânico, porém a qualidade da grande maioria da nossa carne é muito maior, sobretudo o “sabor”, nossos bois são produzidos com fotossíntese, principalmente os bois do Centro – Norte do País. Esse boi verde só existe aqui, há uns dias atrás teve uma reportagem da carne de gado da argentina que esta perdendo qualidade no quesito sabor, e que a mesma esta se aproximando do gosto da carne do porco. Isso foi dito em função do boi argentino não comer capim, portanto, temos sim que ditar o preço mundial de carne, primeiro temos qualidade, segundo quantidade e ainda somos o único país em potêncial de crescimento para o produto. Já foi a época em que o Brasil só exportava pq tinha preço, hoje quem quizer comer qualidade tem que pagar, inclusive pq nós produtores não somos subsidiados pelo governo como é o caso dos EUA e EUROPA. E só assim fortaleceremos nossa economia nacional e seu produtores, para que no futuro, esse rincão se torne também primeiro mundo, primeiro preço, primeiro exportador, primeiro….
    Abraços aos colegas