Nos primeiros 20 dias do mês de maio o Paraná deve vacinar cerca de 10 milhões de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa. A campanha deste ano terá reforço nos municípios que fazem divisa com a Argentina. A intenção é aumentar a proteção contra a doença na porta de entrada de animais argentinos, onde a aftosa ainda não está controlada.
Segundo o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), Felisberto Queiroz Batista, equipes da Seab estão mapeando as áreas de maior risco. Deste mapa devem constar municípios com grande trânsito de animais, municípios que fazem divisa com outros estados e propriedades próximas dos abatedouros.
Os animais vacinados serão identificados através de brincos. ”Nossos técnicos poderão voltar às propriedades e exigir provas de que os animais foram vacinados”, explica Batista.
Na última campanha, em novembro de 2001, 98% do rebanho paranaense foi vacinado dentro do prazo estabelecido. O restante foi imunizado depois, mediante a fiscalização dos técnicos da secretaria. A multa para o produtor que não vacinar seu rebanho este ano será de R$ 56,31 por cabeça de gado.
Batista diz que outras espécies de animais, como os suínos, também são suscetíveis a febre aftosa. Porém, como os suínos são os últimos animais na cadeia epidemiológica da febre aftosa, ele considera que basta vacinar os bubalinos e os bovinos. ”A aftosa só chega aos suínos e ovinos depois de passar por bovinos e bubalinos”, explica.
Há um ”plano hemistérico” de combate à aftosa, segundo ele, dividido em três blocos. O bloco andino, o bloco amazônico, do qual fazem parte as regiões Norte e Nordeste do Brasil, e o bloco da Bacia do Prata, que inclui a Bolívia, Paraguai, Uruguai, Argentina e os estados brasileiros do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O Paraná já tem certificação de área livre da febre aftosa com vacinação e pretende conseguir o status de área livre sem a vacina.
O Estado pretendia pedir essa certificação à Organização Internacional de Epizootias no ano que vem, mas como o Rio Grande do Sul e a Argentina apresentaram casos recentemente, o pedido deve ser adiado. ”Nossa grande meta é suspender a vacinação um dia, mas isso depende de um avanço no controle da doença em todo o bloco do qual fazemos parte”, explica Batista.
MS: fiscalização na Expogrande
A Agência Estadual de Controle Sanitário Animal e Vegetal (Iagro) do Mato Grosso do Sul está atenta na fiscalização de todos os animais que estão na Expogrande 2002, informou a assessoria de imprensa da Associação do Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul). A fiscalização incide sobre documentação e análise clínica.
Em nota divulgada no site da Expogrande, o gestor de Defesa Sanitária Animal do Iagro, Afonso Dutra de Oliveira, explica que, assim que é feito o desembarque dos animais, são cobrados a GTA (Guia de Trânsito Animal), atestado de vacina da aftosa, de vacina ou atestado negativo de brucelose e atestado negativo de tuberculose, com vistoria individual dos animais. “Dessa forma temos a certeza que, pelo menos clinicamente, os animais não apresentam problema algum”, garante.
O órgão está aproveitando o evento para divulgar o Prosa (Programa de Sanidade Animal), criado em 1999 com o objetivo de estreitar os laços entre o produtor rural e o sistema estadual de defesa sanitária.
Fonte: Folha de Londrina (por Denise Ângelo) e Campo Grande News (por Paulo Nonato de Souza, adaptado por Equipe BeefPoint