A campanha de vacinação contra febre aftosa encerrou-se nos 14 estados não-livres da doença. A estimativa é de que o índice de cobertura tenha ficado em 95%. No momento, apenas o Rio Grande do Sul segue imunizando seus bovinos.
A falta de vacinas, provocada pela volta da doença ao Rio Grande do Sul – o que levou as indústrias a dispor de seus estoques regulares, não deverá se repetir em 2002. A expectativa é de os estoques estejam abastecidos para a nova campanha de vacinação, a ser realizada em maio.
Em 2001, o País produziu 312 milhões de doses, 9,8% a mais que em 2000. A produção deste ano deve crescer 28%, para 400 milhões de doses, com uma demanda prevista, entre maio e novembro, de 350 milhões de doses, segundo estimativas do Sindicato Nacional das Indústrias Veterinárias (Sindan).
No Rio Grande do Sul, onde a campanha está em andamento até 28 de fevereiro, estima-se que 37% do rebanho, de um total de 13,5 milhões de cabeças, esteja imunizado. Para garantir 98% de cobertura vacinal, o Estado contratou 1,7 mil vacinadores. A vacinação feita pelos funcionários contratados pelo Estado vai ocorrer nas pequenas propriedades, que têm 4,5 milhões de bovinos. Esta é a terceira vacinação, desde que o Estado perdeu o status de livre da doença de febre aftosa.
Nos demais estados, algumas secretarias ainda estão computando as vendas de vacinas. No Centro-Oeste, onde está 40% do rebanho nacional, a estimativa é de que o índice tenha ficado em 95%. No entanto, não há muita segurança quanto à cobertura vacinal, pois a campanha se estendeu por até dois meses, incluindo o período de chuvas, quando há dificuldade em imunizar o rebanho.
A vacinação começou em 14 estados brasileiros no dia 1o de novembro e deveria terminar no final daquele mês, mas foi prorrogada até 20 de dezembro e, em alguns estados, até o início de 2002. Quando a imunização começou, o estoque nacional atendia a 6,3% da demanda para o mês de novembro.
No Distrito Federal, último a terminar a campanha, a cobertura deve ficar em 94% frente aos 96% da última vacinação. Para o coordenador da campanha, Roberto Bemfica Rubin, o maior prazo pode ter feito com que alguns produtores tenham esquecido de imunizar o rebanho.
Mesmo com a campanha encerrada no fim de dezembro no Mato Grosso, alguns pecuaristas tiveram autorização para vacinar em janeiro. Naquele Estado, a imunização precisou ser prorrogada duas vezes. Apesar disso, o secretário-executivo do Fundo Emergencial para a Febre Aftosa (Fefa), Antônio Carlos Sousa, acredita que 95% do rebanho tenha sido vacinado. “Mas 5% sem vacinar representa um milhão de cabeças, o que pode disseminar a doença”, diz. Sousa afirma que o processo de imunização do rebanho foi bagunçado e, aliado ao início da época das chuvas, isso pode comprometer a segurança da cobertura vacinal.
A maior campanha do país ocorreu em Goiás – que foi de 23 de outubro e a 11 de janeiro. Com um período longo, estima-se que 98% do rebanho estadual – 19 milhões de cabeças – tenha sido vacinado.
Somente o Estado de Mato Grosso do Sul não precisou prorrogar por duas vezes a campanha, encerrada no dia 20 de dezembro. De acordo com o presidente do Fefa/MS, Laucídio Coelho, a estimativa é de que entre 95% e 97% do rebanho tenha sido imunizado. Em Tocantins, a imunização do rebanho terminou dia 11. As últimas estimativas do Estado eram de que 90% de 6,3 milhões de reses haviam sido vacinadas.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por equipe BeefPoint