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Campboi instala complexo no Pará

O grupo paulista Campboi, que atua há 20 anos no setor de carnes, vai instalar um complexo industrial em Paragominas, sudeste do Pará. Orçado em R$ 80 milhões, o projeto é inédito no País, segundo os diretores do grupo, porque reúne frigorífico, confinamento de animais, lavoura e curtume numa só área (130 hectares). O confinamento vai abrigar 50,7 mil cabeças por turno de 120 dias.

O objetivo do confinamento é a produção de carnes de alta qualidade que serão exportadas para A União Européia. O carro-chefe será a carne Teen Beef, produzida a partir de bezerras de oito meses que ficarão 120 dias na engorda e serão abatidas precocemente ao alcançar 14 arrobas. O Teen Beef possui três certificações de controle de qualidade.

A empresa planeja também comprar insumos dos fornecedores da região e aproveitar o rebanho paraense, de cerca de 15 milhões de cabeças. “Vamos ter um banco de sêmen para fornecer aos produtores locais a preços abaixo de mercado. Paralelamente, os produtores vão nos vender os animais, oriundos do sêmen adquirido, a um preço 20% superior ao praticado no mercado e ganharemos com exportação”.

O couro qualificado terá um preço diferenciado, disse Caruso. “No período de implantação do complexo, vamos dar assistência técnica aos produtores da região”, afirmou.

Inicialmente, o frigorífico vai abater 800 cabeças/dia, sendo 400 de novilhas Teen Beef e 400 que serão compradas no mercado local. A capacidade do frigorífico, no entanto, é de 1,2 mil cabeças/dia. Esse volume será atingido conforme o aumento da demanda. “O Pará foi escolhido pelo clima, luminosidade e solo, além da facilidade para o escoamento da produção. Afinal, o porto de Belém, que está a 300 quilômetros de Paragominas, é muito mais próximo da Europa e EUA do que o porto de Santos”, comparou.

O grupo tem frigoríficos de bovinos e suínos em São Paulo. O terreno do complexo foi cedido pela prefeitura e o projeto tem apoio do Estado, por meio de incentivos fiscais. O investimento é fruto de capital próprio e financiamento bancário.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Renata Ferreira), adaptado por Equipe BeefPoint

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