Em audiência realizada na sede da Procuradoria Regional do Trabalho, em Campo Grande/MS, o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) Odracir Juares Hecht ouviu representantes do frigorífico JBS e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados (STIC-CG) como tentativa de mediação para solução da greve deflagrada na semana passada.
Em audiência realizada na sede da Procuradoria Regional do Trabalho, em Campo Grande/MS, o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) Odracir Juares Hecht ouviu representantes do frigorífico JBS e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados (STIC-CG) como tentativa de mediação para solução da greve deflagrada na semana passada.
Os grevistas reivindicam a implementação do plano de participação nos lucros e resultados (PLR), plano de saúde e folga aos sábados. Segundo o procurador Odracir Hecht, a empresa não quis discutir as reivindicações sem o prévio retorno dos trabalhadores à atividade. O sindicato manteve a posição de não parar o movimento sem antes negociar.
O MPT propôs o aumento da multa prevista no acordo coletivo da categoria pela não implementação do plano de participação nos lucros e resultados e o retorno imediato dos empregados ao trabalho, com a continuidade da negociação das reivindicações. A empresa não concordou e não apresentou outra proposta, o que levou ao impasse.
Na audiência, sindicato e empresa também foram ouvidos com relação à denúncia recebida, na manhã de quinta-feira, de que o JBS estaria contratando trabalhadores de fora para substituir os grevistas e frustrar o movimento. Segundo a denúncia, 140 trabalhadores teriam sido trazidos da unidade do JBS em Naviraí. Para averiguar a denúncia, o procurador Odracir Hecht foi até o frigorífico, ainda durante a manhã, e constatou que havia somente seis trabalhadores de outras unidades da empresa. Segundo Odracir, “considerando que se tratava de poucos trabalhadores, que já eram empregados do empreendimento, e o risco de perecimento da carne, não foi constatada prática irregular por parte da empresa, já que a Lei de Greve prevê esta possibilidade.”
No dia 20 de setembro, já havia sido realizada no MPT reunião com o procurador do Trabalho Hiran Meneghelli Filho por causa de denúncia do sindicato de que teria havido demissões discriminatórias no frigorífico JBS, em razão do indicativo de greve. Para comprovar a denúncia, o MPT solicitou documentos ao sindicato e a empresa. O frigorífico apresentou documentos que comprovaram a demissão de 52 trabalhadores, justificada pela queda no número de abates. O sindicato alegou terem sido 180 os trabalhadores demitidos irregularmente, mas não apresentou documentos. Nesta terça, o MPT enviou notificação ao sindicato solicitando, novamente, a entrega das provas até o dia 15. Diante da insuficiência de dados para comprovar as alegações, caso o sindicato não apresente provas contundentes, esse procedimento poderá ser arquivado.
Houve manifestação de trabalhadores da unidade do frigorífico em Campo Grande em frente ao MPT, após o movimento ter percorrido ruas do centro da Capital. Segundo o presidente do Sindicato, Vilson Gimenez Gregório, mais de 600 trabalhadores participaram do ato de protesto.
As informações são do MS Notícias, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
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a coerência é a unica forma provavel de resolver um conflito, acredito sim nos extremos adotados pela empresa e ou não cumprimento do acordo de adequação
da PLR até porque tudo é um jogo de interesse em qualquer segmento ainda mais em se tratando de um grupo em plena expansão de negócios. o que me fez descrever aqui foi a possibilidade de a situação tornar efeito dominó, seja desencadear novas situações no mesmo segmento nas diversas unidades espalhadas pelo país, não acredito ser interessante para empresa com a envergadura
atual que é o caso JBS, elevar um conflito com seus colaboradores ao extremo que chegou, acordos tem que ser cumpridos e seus custos dissolvidos em todo o processo, por isso existe os planejamentos e posterior a execução deste.
Volto a dizer que ambas as partes devem chegar a imediato acordo até para não manchar a imagem de grupos de expressiva agressividade no mercado mundial e por parte dos colaboradores a necessidade do continuísmo da atividade nunca esquecendo que a Coerência é a mãe da sustentabilidade.
GILMAR OCCHI-MBA EM LOGÍSTICA EMPRESARIAL
Os colaboradores do JBS querem participação de lucros e também não trabalhar aos sábados ? Será que eles concordam em dividir os prejuízos também ? Sim por que os frigoríficos estão sujeitos tanto a lucros como a prejuízos. É só olhar para um passado recente e ver o Margem, Independência, Arantes, Estrela, Quatro Marcos, Frialto, Frigol…etc. Acho que essa seria uma colocação muito interessante. Quanto ao trabalhar aos sábados é uma opção da Empresa, depende das suas necessidades, compromissos, logística. Existem muitos lugares para se trabalhar onde não se trabalha aos sábados, os bancos por exemplo. Isso é uma opção da pessoa aceitar ou não…simples assim desde que receba por isso como determina a lei sobre jornada de trabalho, horas extras, etc. Em todas as empresas quando o funcionário começa a trabalhar, é informado da sua jornada de trabalho, salário,direitos e deveres.
Quanto a colocação do Sr. Gilmar de que se as partes não chegarem a um acordo imediato poderá “manchar a imagem” do grupo, acho que é um tanto quanto equivocada. Ontem terminou uma greve de funcionários dos bancos e nem por isso o nosso sistema bancário ficou comprometido ou houve qualquer corrida as agencias para sacar fundos.