Japão pode expandir área de barreira ao movimento de gado
21 de julho de 2011
Termina hoje prazo para que os russos se decidam sobre embargo ao Brasil
21 de julho de 2011

Canadá: cresce demanda por couros uruguaios

Os couros bovinos uruguaios semicurtidos já estão arraigados no mercado canadense, onde se detectaram nichos de alto valor que apresentam uma forte demanda. Já há três fábricas produzindo para esse destino e mais duas começarão a fazer isso.

Os couros bovinos uruguaios semicurtidos já estão arraigados no mercado canadense, onde se detectaram nichos de alto valor que apresentam uma forte demanda. Já há três fábricas produzindo para esse destino e mais duas começarão a fazer isso.

Quando se complicou a importação de carne bovina uruguaia, porque os preços da tonelada ficaram acima dos que se paga à Austrália, Estados Unidos e outros competidores, a empresa Natural Meat Distribution começou a apostar nos couros. Dirigida pelo uruguaio, Daniel Zefferino, começou a entrada desse novo produto, com processo de semicurtido, onde hoje estão participando da importação três fábricas, no marco de um programa de produção de um mesmo couro a seis cores.

As cargas chegam do Uruguai via aérea e, segundo Zefferino, estão entrando “a uma média de 4.000 ou 5.000 lotes por semana”. A demanda, ao menos no momento, “se mantém firme”, ao ponto de os importadores estarem contatando outras duas fábricas para poder se abastecer de um volume maior de mercadoria e, assim, atender novos nichos de mercado.

No marco do programa, que está sendo feito com três fábricas, “todavia há muito para crescer”, disse o empresário uruguaio. A previsão é que a importação de couros uruguaios aumentará dependendo do volume de oferta existente no mercado nesses meses, onde o abate de bovinos continua baixa, porque não há gado suficiente preparado para manter um ritmo de abate superior nos frigoríficos.

Os couros bovinos uruguaios são destinados à indústria de sofá no Canadá. “A indústria da China produz um artigo muito barato e de má qualidade. Há um segmento de consumidores de alto poder aquisitivo que não quer gastar seu dinheiro em um sofá barato que dure um ano e meio. Apostam na qualidade, em um produto mais natural e mais duradouro”.

Tudo isso faz com que os couros bovinos uruguaios processados sejam destinados a um segmento de mercado que premia a qualidade e, por conseguinte, conseguem melhores valores. Porém, nesse segmento de mercado onde se pagam melhores preços pela matéria-prima também há competição e o produto uruguaio enfrenta o italiano, assim como o brasileiro e o argentino, explicou Zefferino.

Atualmente, disse ele, o produto importado dos curtumes uruguaios “competem muito bem”. O Brasil tem um couro natural com muitos defeitos – prejudicado por moscas e carrapatos e outros problemas ocasionados no manejo diário dos animais – e esses danos repercutem no processo industrial, elevando os custos. De todos os modos, o couro brasileiro segue levando um valor muito competitivo ao mercado canadense.

Já o couro italiano é diferente, reconhecido no mercado por sua alta qualidade e apto a elaborar qualquer artigo de luxo, porque também tem um processo industrial muito bom. No caso da Argentina, o volume é menor, porque o país perdeu muito gado nesses últimos anos.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.