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Canadá: rebanho declina pela 1ª vez após EEB

O rebanho bovino do Canadá declinou pela primeira vez em três anos devido à reabertura da fronteira com os EUA para os bovinos canadenses, facilitando a situação para os produtores que estavam engordando um número recorde de animais. Os dados são do Statistics Canada.

O rebanho canadense em primeiro de janeiro de 2006 era de aproximadamente 14,8 milhões de cabeças, o que denota uma queda de 233 mil cabeças com relação ao recorde de 15,1 milhões de cabeças estabelecido no ano passado, de acordo com a Pesquisa de Animais Domésticos de Janeiro, feita com 10 mil produtores.

Apesar do declínio, o total ainda está mais de 1,3 milhão acima dos níveis de primeiro de janeiro de 2003, antes dos mercados mundiais se fecharem aos bovinos canadenses devido à Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), ou doença da ‘vaca louca’.

Inventário de bovinos em 1 de janeiro de 2006 no Canadá(1.000 cabeças)


Nota: Os dados podem não somar exatamente o total devido a arredondamentos.

A barreira contra os bovinos e carne bovina do Canadá entrou em efeito após a descoberta de um único caso de EBB em 20 de maio de 2003. A fronteira com os EUA continuou fechada para todas as carnes bovina do Canadá até setembro de 2003 e para gado em pé até 18 de julho de 2005, quando foi reaberta para bovinos de menos de 30 meses de idade.

A crise da EEB fez com que os pecuaristas canadenses ficassem com níveis recordes de bovinos para engorda em suas fazendas. Além disso, a crise também prejudicou as exportações de bovinos e carne bovina para mercados mundiais por 26 meses.

Rápido salto nas exportações de gado em pé

As exportações de gado em pé aos EUA aumentaram rapidamente assim que a fronteira foi reaberta. Até outubro de 2005, estas estavam próximas aos níveis de antes da EEB.

As exportações para outubro atingiram 133 mil cabeças, aproximando-se dos níveis mensais médios de 2002 (pré-EEB), de 140 mil cabeças. Em novembro de 2005, as exportações de gado caíram para 118 mil cabeças.

Compensando parcialmente o grande aumento nas exportações de bovinos vivos, houve queda nas exportações de carne bovina na segunda metade de 2005. As exportações aumentaram em abril de 2005, mas declinaram 36%, para 28,6 mil toneladas, em novembro.

Em 2002, pré-EEB, as exportações totais de bovinos e carne bovina atingiram o valor de CAN$ 3,9 bilhões (US$ 3,4 bilhões), o equivalente a CAN$ 11 milhões (US$ 9,58 milhões) em vendas por dia. Em 2004, o valor destas exportações caiu para somente CAN$ 1,9 bilhão (US$ 1,66 bilhão), menos da metade dos níveis de 2002. Com a abertura da fronteira dos EUA para bovinos e carne bovina, o valor das exportações diárias recentemente aumentou para CAN$ 8,4 milhões (US$ 7,32 milhões).

Exportações de bovinos e carne bovina do Canadá


Declínio no rebanho ocorreu em todas as regiões

Os números de bovinos declinaram em todas as províncias produtoras, exceto em Manitoba, onde estes permaneceram estáveis. O rebanho de Alberta, maior província, caiu 0,5% em relação a 2005, enquanto o de Saskatchewan caiu 3%. Alberta e Saskatchewan juntas representaram quase 60% de todos os bovinos canadenses em primeiro de janeiro de 2006.

Ao mesmo tempo, o número de cabeças em British Columbia caiu 7%, enquanto em Manitoba o rebanho permaneceu no mesmo nível de 2005. A queda em Quebec foi de 0,7%, enquanto em Ontário foi de 2,3%.

Manitoba, Saskatchewan e Alberta representaram a vasta maioria dos aumentos nos números de bovinos durante o período de três anos anterior a primeiro de janeiro de 2005. Combinadas, estas três províncias tiveram um aumento de 1,2 milhão de cabeças, 92% do ganho total de 1,3 milhão.

O número de bovinos em Manitoba aumentou 19,2% nos últimos três anos, enquanto em Saskatchewan aumentou 16%. Em Alberta, o aumento foi de 11,1%, representando cerca de 44% do ganho nacional.

Impacto da EEB nos rebanhos bovinos até 1 de janeiro de 2006

Porcentagem de mudança com relação a janeiro de 2003


Abates permaneceram em níveis sem precedentes

O nível de abates tem sido um fator chave que também afetou o setor pecuário do Canadá. Inicialmente os abates aumentaram para níveis recordes. Em 2005, os abates foram somente 1% maiores do que em 2004, mas 27,5% maiores do que em 2003.

Estes aumentos foram estimulados pela maior capacidade de abate, demanda doméstica e forte demanda internacional por carne bovina canadense, além de menores níveis de importações de carne bovina.

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