O Canadá vai vetar novas importações de carne bovina e vitela para ajudar os produtores locais a vender o excesso de carne, depois que mais de 30 países baniram a carne bovina canadense devido à descoberta de um único caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), a doença da “vaca louca”.
O Canadá, terceiro maior exportador mundial de carne bovina, negará as solicitações recebidas depois de 9 de julho para importações não abrigadas sob o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Alca), informou o governo. O veto aplica-se só às importações que ultrapassem as cotas acertadas sob as regras da Organização Mundial de Comércio (OMC).
A carne bovina canadense foi excluída dos Estados Unidos e de 33 outros países depois que o Canadá descobriu uma vaca com Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) em maio. As exportações de carne bovina estão avaliadas em US$ 7,9 milhões por dia, com a maior parte exportada para os EUA.
O governo canadense também deve tomar outras medidas para reconquistar o mercado internacional. O país vai exigir que cérebros, medula espinhal e outros nervos que disseminam a doença sejam removidos do gado quando forem abatidos, disseram altos funcionários da área de saúde pública. Os chamados materiais de risco específico incluem partes do sistema nervoso que “demonstraram ter elevado potencial para transmitir a doença”, disse a ministra da Saúde, Anne Mclellan. “Essa medida é só a primeira de diversas que visam fortalecer as salvaguardas do Canadá”.
A descoberta do primeiro caso da doença em uma década atingiu um setor que contribui com US$ 19,1 bilhões para a economia do Canadá. Os investigadores canadenses abateram em torno de 2,7 mil cabeças de gado e disseram que não encontraram traço da doença em outros animais. O ministro da Agricultura canadense, Lyle Vanclief, disse na semana passada que o Canadá também vai proibir que os materiais de risco específico sejam utilizados na composição de rações animais.
Mais abates
Alberta vai considerar abater 30% do estoque de gado da província, ou cerca de 740 mil vacas, até outubro, se as fronteiras internacionais continuarem fechadas para a carne bovina canadense, informou o “Calgary Herald”.
O abate potencial pode subir para até 50% do atual rebanho se o veto internacional durar até outubro de 2004, divulgou o jornal, citando altos funcionários do setor.
Um veto mais longo sobre as exportações de carne bovina deixará o Canadá com um rebanho de 30% a 50% além do necessário para satisfazer a demanda interna, relatou o “Herald”, citando a ministra da Agricultura de Alberta, Shirley McClellan. Alberta é província que mais produz carne bovina no Canadá, com produção avaliada em US$ 2,71 bilhões ao ano.
Fonte: Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint