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Carcaça de bovino será classificada

Atendendo pleito das entidades de pecuaristas, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) decidiu implantar o sistema nacional de tipificação e classificação de carcaça. A informação é do coordenador do fórum nacional da pecuária de corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, que vê na medida um importante passo para a modernização da cadeia produtiva da carne. “Somos o único grande produtor mundial de carne que ainda não adotou a classificação de carcaça para bovino, embora já tenha para suínos e até para caprinos e ovinos”, critica o dirigente.

De acordo com Nogueira, o Mapa prometeu indicar nos próximos dias os membros de uma comissão que vai elaborar a proposta para classificação de carcaça de bovinos. Ele argumenta que a implantação do sistema vai assegurar uma relação mais justa entre pecuaristas e frigoríficos, que sempre adotaram critérios unilaterais de classificação, de acordo com as conveniências do momento.

“Sem um sistema de referência, o produtor fica à mercê da indústria, que uma hora compra boi cruzado, outra hora recusa, paga a vaca mais barato que o boi, mas vende sem diferenciação de sexo, e exige carcaças com mais de 16 arrobas, embora os programas de novilho precoce admitam o abate de animais até com 14 arrobas”, reclama Nogueira.

Prêmio

Para o coordenador do fórum, o sistema de tipificação e classificação de carcaça contribui para o desenvolvimento da pecuária de corte, porque permite ao pecuarista se especializar na produção de animais para segmentos específicos de mercado. Segundo ele, “há consumidores que preferem carne com gordura superficial, outros, carne com gordura entremeada e outro ainda, sem gordura nenhuma”. De acordo com ele, a classificação obedece a diversos critérios, como raça, sexo, idade, peso, espessura da camada de gordura e conformação da carcaça (côncava ou convexa).

“Estabelecidas as regras, cada um produz o que achar mais conveniente, embora o sistema deva premiar sempre o que oferecer produto de melhor qualidade”, diz. Segundo ele, a classificação será feita por profissionais particulares, treinados pela Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa) e credenciados pelo Ministério da Agricultura. “Esses técnicos poderão ser disponibilizados, inclusive, por entidades de pecuaristas, que cobrarão do produtor uma determinada taxa por carcaça classificada”, diz o coordenador, que espera a implantação do sistema ainda para este ano.

Fonte: O Popular/GO (por Edmilson Souza Lima), adaptado por Equipe BeefPoint

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