Carlos Marcelo Saviani comenta consolidação do setor

Este processo de consolidacão não está acontecendo apenas na pecuária, mas em praticamente todos os setores da economia. A começar pelos varejistas espalhados pelo mundo, que cada vez mais são maiores e em menor número. Viajando a trabalho pela Europa no mês passado, vi muitas pessoas questionarem as mega corporações, os mega projetos, os produtos ditos "comerciais", os "carbon footprints", etc. Mas não vi ninguém disposto a pagar muito mais caro pelos seus produtos ou disposto a abrir mão dos seus bens e do seu conforto conquistado nas últimas décadas.

O leitor do BeefPoint Carlos Marcelo Saviani (Indústria de insumos para a produção), de Atlanta, Georgia, enviou um comentário ao artigo “Pedro Eduardo de Felício comenta o processo de consolidação dos frigoríficos brasileiros“. Abaixo leia a carta na íntegra.

“Caríssimo Professor Pedro Felicio,

Concordo com todas as tuas preocupações e inquietações, mas infelizmente este processo de consolidacão não está acontecendo apenas na pecuária, mas em praticamente todos os setores da economia. A começar pelos varejistas espalhados pelo mundo, que cada vez mais são maiores e em menor número. Conectados com a sociedade de consumo, eles “empurram” para toda a cadeia a pressão constante por melhor qualidade com menor preco.

Os elos da cadeia estao apenas se “ajustando” a esta pressão. Basta olharmos tambem o tamanho médio das fazendas de hoje em comparação com as fazendas de 30 anos atrás. Os motivos são globais e advem do modelo economico que “nós” escolhemos para o planeta.

Hoje cada vez mais pessoas têm acesso a cada vez mais bens de consumo, que estão cada vez mais baratos. Basta olhar para a quantidade de comida, roupas, brinquedos, serviços, etc que uma crianca tem acesso hoje em uma determinada classe social e comparar com o que uma criança da mesma classe teria acesso em 1950. A forma escolhida para se chegar a isso foi a ompetição. Em todo processo de competição os fortes ficam cada vez mais fortes e os fracos cada vez mais fracos. E aqueles que querem remunerar o seu capital acabam colocando as suas “fichas” naqueles que parecem ser os mais fortes, tornando-os então mais fortes ainda.

Tenho sérias dúvidas de que este modelo seja sustentável no longo prazo, não apenas do ponto de vista econômico, mas tambem do ponto de vista social, ambiental e atá planetário. Resta a sociedade avaliar se é isto realmente que ela quer como modelo econômico ou se alguma mudança precisa ser feita.

Viajando a trabalho pela Europa no mês passado, vi muitas pessoas questionarem as mega corporações, os mega projetos, os produtos ditos “comerciais”, os “carbon footprints”, etc. Mas não vi ninguém disposto a pagar muito mais caro pelos seus produtos ou disposto a abrir mão dos seus bens e do seu conforto conquistado nas últimas décadas.

Veremos.”

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