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Carlos Simm: precisamos combater a informalidade

O futuro da pecuária no Rio Grande do Sul passa pelo aproveitamento do potencial que tem o Estado, desde o clima favorável à atividade, pasto diferenciado, campo nativo e diversidade de oferta de forrageiras à genética de ponta, o que permite uma excelente condição nutricional e por conseqüência uma qualidade diferenciada da carne. No entanto, o estado ainda convive com grandes problemas estruturais, como por exemplo, a informalidade. A avaliação é de Carlos Simm, diretor da Farsul.

O futuro da pecuária no Rio Grande do Sul passa pelo aproveitamento do potencial que tem o Estado, desde o clima favorável à atividade, pasto diferenciado, campo nativo e diversidade de oferta de forrageiras à genética de ponta, o que permite uma excelente condição nutricional e por conseqüência uma qualidade diferenciada da carne. No entanto, o estado ainda convive com grandes problemas estruturais, como por exemplo, a informalidade. A avaliação é de Carlos Simm, diretor da Farsul, palestrante de hoje de manhã na Federacite, na Expointer, com o tema O Futuro da Pecuária no Rio Grande do Sul.

Simm fez uma análise do potencial da pecuária no estado e também estabeleceu comparações com o Uruguai, mercado na sua opinião muito semelhante ao do Rio Grande do Sul.

“Ninguém tem a carne do Rio Grande do Sul. O estado tem um potencial muito grande, mas ainda convive com grandes problemas estruturais. Um deles, é a informalidade”, enfatizou. De acordo com o palestrante, também presidente da Associação de Produtores Rurais dos Campos de Cima da Serra- APROCCIMA, o Rio Grande do Sul tem um rebanho de 13,5 milhões de cabeças, mas no ano passado registrou menos de 1,4 milhão de cabeças abatidas no Programa Agregar Carnes do Governo do Estado, que concede incentivo fiscal à indústria, com redução de ICMs.

“Se tomássemos como base o mesmo índice de desfrute que o Brasil tem, de 22%, estaríamos abatendo em torno de 2,8 milhões/2,9 milhões de cabeças que é o nosso potencial”, frisou. Uma das propostas de combate à informalidade no setor está na implantação da Lei de Responsabilidade Sanitária, em que cada prefeito seria responsável pela qualidade dos alimentos produzidos e consumidos em seus municípios. “Com isso, estaríamos desestimulando o abate clandestino, sem controle, sem registro, que oferece riscos e que não paga imposto”.

Nós cálculos do dirigente, mesmo com todo o trabalho feito hoje pelas autoridades no Rio Grande do Sul no âmbito da defesa sanitária animal, o abate clandestino no estado pode chegar a quase metade do abate total. Além da Lei de Responsabilidade Sanitária, Simm apresentou uma lista de onze ítens com respostas estruturantes para a pecuária, que na sua opinião precisam ser pensadas, e também mostrou alternativas a serem seguidas pelo produtor na busca de uma pecuária mais forte.

Entre as respostas estruturantes citou a necessidade de criação de conselhos paritários, de um fundo de rastreabilidade, de um Conselho de Saúde Animal, aumento de oferta forrageira, agenda 2020, código estadual de defesa sanitária, unificação de regras sanitárias no âmbito do Mercosul, divulgação da carne gaúcha, aumento da cota Hilton para o Estado, incentivo às exportações e regramento de feiras e remates.

Como alternativas aos pecuaristas na busca pela competitividade sugeriu a adoção de um sistema produtivo integrado (agricultura-pecuária-silvicultura), certificação do processo produtivo (certificação sanitária e rastreabilidade) e aliança mercadológica.

As informações são da Agência Safras, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. José Roberto Pires Weber disse:

    Sem ater-me ao mérito do artigo, lembraria apenas ao Dr. Carlos Simm, que a informalidade deveria ser banida de todos os elos da cadeia produtiva da pecuária, inclusive com relação à venda de reprodutores, uma vez que muitos selecionadores, ofertam touros sem registro, o que não ajuda na melhoria genética do nosso rebanho, nem na qualificação da carne que oferecemos ao mercado!
    José Roberto PiresWeber
    Presidente da Associação Nacional de Criadores e
    Vice-Presidente da Associção Brasileira de Angus