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Carne argentina força recuos no mercado russo

Os importadores russos reduziram suas compras de carne uruguaia nas últimas semanas. A presença da carne argentina mais barata que se soma à baixa do euro influenciaram os negócios dos importadores da Rússia. Não somente o Uruguai exporta grande parte de sua carne bovina à Rússia, mas também, o Brasil e o Paraguai.

Os importadores russos reduziram suas compras de carne uruguaia nas últimas semanas. A presença da carne argentina mais barata que se soma à baixa do euro influenciaram os negócios dos importadores da Rússia.

“Nesses dias, a Rússia está muito quieta, compra muito pouco e os preços baixaram entre 5% e 8% devido à queda do euro que segue com uma desvalorização importante”, disse o diretor comercial da empresa Mirasco Food Merchants, Samy Ragi. A empresa realiza normalmente a maior parte dos negócios com carne uruguaia nesse mercado.

Porém, no mercado russo, não somente a queda do euro está levando os importadores a comprar menos carne, mas também, segundo Ragi, “há uma presença aumentada de carne argentina. É a produção de janeiro e de fevereiro desse ano que se voltou ao mercado a preços muito abaixo do preço dos produtos uruguaios”.

Ele estimou que, para o segundo semestre, os importadores russos “farão negócios esporádicos com carne uruguaia”, de forma que a atual tendência deverá continuar.

Não somente o Uruguai exporta grande parte de sua carne bovina à Rússia, mas também, o Brasil e o Paraguai. No momento, não há uma grande presença de carne bovina desses dois países no mercado russo – a essa altura do ano -, porque os abates baixaram. “O problema será quando, a partir da primavera, a produção começar a crescer e a pressão da oferta da carne brasileira e paraguaia for maior”.

Ainda comprando pouco, a Rússia continua sendo o principal comprador de carne bovina uruguaia e comprou um bom volume até agora nesse ano. Praticamente duplicaram as compras de carne bovina no período entre janeiro e maio de 2010 com relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2009 – em junho – tinham sido exportadas 37.389 toneladas peso carcaça, enquanto esse ano, foram exportadas 55.918 toneladas peso carcaça.

Para Ragi, nesses meses, o euro não está ajudando a contar com um mercado russo estável e, para cobrir as baixas dessa moeda, os importadores de carne realizam negócios a prazos muito curtos. A situação contrasta duramente com a registrada no ano passado a essa altura do ano, quando se comprava de forma acelerada e onde a forte demanda de cortes se somava à de miúdos. A maioria dos negócios russos se centra hoje em dianteiros bovinos e recortes de desossado (trimming).

O vice-presidente do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC), Fernando Pérez Abella, disse que as perspectivas para a carne uruguaia são muito boas. “Até agora, não houve problemas na comercialização e todos os relatórios que temos visto são otimistas e marcam que não haverá problemas na colocação de nossos cortes”.

A baixa do euro também está complicando os negócios no mercado da União Europeia (UE), onde a cadeia de carnes do Uruguai coloca os cortes de maior valor através da cota de 6.300 toneladas, conhecida como cota Hilton. Além dos problemas conjunturais, a sanidade que o país conquistou possibilita ter vários mercados para se defender, buscando os melhores preços.

São mais de 100 os destinos habilitados para o produto e, atualmente, o Uruguai é o único país da região que pode entrar na América do Norte com sua carne fresca, desossada e maturada.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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