O preço da carne vem apresentando altas consecutivas, como reflexo da redução do rebanho brasileiro e do aumento da demanda mundial, o que pode representar mais um foco de pressão para a inflação doméstica. De janeiro a junho, o preço da carne já acumula alta de 10,14%, superando a inflação acumulada no primeiro semestre, que foi de 3,64%, conforme dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho.
O preço da carne vem apresentando altas consecutivas, como reflexo da redução do rebanho brasileiro e do aumento da demanda mundial, o que pode representar mais um foco de pressão para a inflação doméstica. A avaliação é da gerente do Sistema de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes. “A carne tem subido bastante, em um movimento que começou no ano passado.”
De janeiro a junho, o preço da carne já acumula alta de 10,14%, superando a inflação acumulada no primeiro semestre, que foi de 3,64%, conforme dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho. Em 2007, a carne subiu 22,15% e a inflação, 3,14%. No ano anterior, o produto ficou 0,7% mais caro, enquanto os preços em geral subiram 5,69%.
Segundo o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, o rebanho bovino do Brasil deve terminar este ano com 191,2 milhões de cabeças, uma redução de 0,98% em relação a 2007. Deste total, 23,02% serão abatidos.
O economista do Banco Schahin, Silvio Campos Neto, destaca que o consumo tem aumentado significativamente e o Brasil, como maior exportador mundial, surge naturalmente com o principal “recebedor” desta demanda adicional. “Devido a algumas restrições existentes no comércio mundial de carnes e ao crescimento do consumo de alimentos no mundo todo, os preços domésticos acabam sendo muito influenciados”, avalia.
Segundo Eulina Nunes, do IBGE, a aceleração dos preços desse produto por conta da queda na produção, não deve provocar um desabastecimento, mas pode contribuir para que o consumidor substitua a carne bovina por frango e suíno. “Se a carne ficar mais cara, a população pode procurar outra opção. O frango pode ser uma alternativa, já que o quilo custa cerca de R$ 3. Mesmo que a demanda pela ave aumente é possível elevar a produção rapidamente nas granjas.” diz Eulina.
As informações são de Vanessa Stecanella, da Gazeta Mercantil.