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Carne bovina sobe quatro vezes mais do que a inflação, mas brasileiro não abre mão dela; entenda

O preço da carne bovina aumentou quatro vezes mais do que a inflação em um ano, com uma alta acumulada de 22,17% no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso significa um salto quatro vezes acima da inflação no mesmo período. Ainda assim, a carne vermelha segue no prato dos brasileiros, ainda que adaptações sejam necessárias, e até o mercado tenta entender essa persistência da opção na dieta nacional.

A consultoria de dados de consumo Worldpanel by Numerator estima que a penetração da carne bovina nos lares brasileiros, isto é, o percentual de lares em que ela é consumida, chegou a 93% no primeiro trimestre de 2025, uma alta de 9% em comparação ao mesmo período de 2024. Hoje, segundo a empresa, ela representa cerca de um terço dos gastos dos brasileiros com proteínas.

A diretora de contas da empresa, Daniela Jakobovski, lembra que o Brasil é o segundo maior produtor de proteína bovina do mundo, atrás dos EUA, e portanto tem uma longa tradição nesse mercado. Guardadas as diferenças regionais, ela enfatiza que a carne está na base da alimentação no país, e o consumo é cultural: “A alimentação básica do brasileiro é arroz, feijão, proteína e uma mistura. O frango tem a maior penetração no mercado, próxima de 95%, mas a bovina é a favorita”.

Mesmo que prossiga no carrinho de compras, a categoria passa por mudanças de consumo quando fica mais cara. “Quando o preço sobe, percebemos que diminui o volume comprado por ida ao ponto de venda. Não é uma redução de frequência. É um volume menor, a forma de encaixar no orçamento”, explica Jakobovski.

A consultoria também analisa a variação de cortes consumidos e nota mudanças ao longo do mês. “No início, são cortes mais nobres, e, conforme o mês vai seguindo, há substituições”, pontua a diretora de contas. No início, estão os cubinhos e peças inteiras sem marca; no meio, chega a carne moída com marca, e, por fim, os outros cortes sem marca.

Em Belo Horizonte e região, o site de pesquisa Mercado Mineiro percorreu açougues para levantar o preço médio dos principais cortes em setembro. O quilo de uma das opções bovinas mais baratas, o acém, custa, em média, R$ 36,57. Em comparação, a opção suína mais cara, a costelinha, é encontrada por R$ 29,98. O filé de peito de frango é vendido, em média, por R$ 25,34. A pesquisa ajuda a economizar. Há diferença de qualidade de estabelecimento, mas o consumidor encontra cortes bovinos com uma variação de até 136%. É o caso da alcatra, que é vendida de R$ 35,98 até R$ 84,90.

Fonte: O Tempo.

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