Síntese Agropecuária BM&F – 13/02/03
13 de fevereiro de 2003
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17 de fevereiro de 2003

Carne bovina – Um poderoso pacote de multinutrientes

A alimentação correta tem papel vital na manutenção da saúde e atividades física e mental. A carne bovina contém nutrientes que trabalham no seu organismo. Quais são eles? Vamos falar um pouco sobre os nutrientes da carne e sua atuação no nosso corpo.

Zinco

Não é um nutriente do qual se fale muito, mas nosso organismo tem necessidade de zinco para muitas funções essenciais como o crescimento e a contínua manutenção do sistema imunológico, cura dos ferimentos e controle do apetite. Os estudos demonstraram que desempenha papel importante no funcionamento do conhecimento cognitivo A carne bovina é uma das maiores fontes de zinco. Uma porção de carne com 90g fornece 39% do zinco necessário diariamente. Além de possuir um alto nível de zinco absorvível, a carne também aumenta a absorção do zinco dos outros alimentos quando consumidos na mesma refeição.

Ferro

É um mineral vital para muitas funções biológicas. Ajuda a carrear o oxigênio para as células e tecidos do corpo, inclusive dos músculos, ajuda a criar novas células vermelhas, auxilia o desenvolvimento do cérebro e dá suporte ao sistema imunológico, mantendo a saúde funcional. As pesquisas demonstram que sua falta, mesmo por um curto período, pode diminuir a produtividade nos períodos de pico e comprometer a funcionalidade dos músculos. E ainda nos dias de hoje, deficiência de ferro é muito comum. O ferro da carne bovina é mais completamente absorvido que o encontrado em pães, cereais e outros produtos vegetais. Dois fatores podem aumentar a absorção do ferro dos vegetais: carne e vitamina C. O consumo da carne aumenta a absorção de ferro dos vegetais (como o feijão, por exemplo) em quatro vezes. O que vem provar mais uma vez que o tradicional prato brasileiro de arroz com feijão, bife e salada, é mais do que correto nutricionalmente.

Proteína

Exerce múltiplas funções que ajudam a manter a energia e dar suporte às funções corporais.

1 – é parte de todos os nossos tecidos corporais, incluindo músculos, órgãos e ossos.

2 – é constituinte dos hormônios e enzimas que regulam os processos corpóreos.

3 – pode servir como fonte alternativa de energia.

4 – Consumida diariamente dá suporte ao crescimento e manutenção dos tecidos, e repõe as que são catabolizadas (quebradas) pelo organismo.

5 – Quase todos os alimentos contém alguma proteína, mas a quantidade e qualidade variam em grande proporção. Carne bovina, pescado, aves, leguminosas, ovos, nozes, soja e produtos lácteos são considerados alimentos de alto teor protéico. As proteínas das fontes animais como a carne, são de alta qualidade ou completas. Os vegetais e grãos também contém proteínas, mas em muito menor quantidade.

Uma maneira de assegurar de que se está ingerindo a quantidade necessária a cada dia é seguir o Guia da Pirâmide Alimentar. Os alimentos mais ricos em proteína estão na seção superior da pirâmide. A pirâmide recomenda 2-3 porções do grupo de leite, iogurte e queijo por dia, e 2-3 porções do grupo de carnes, aves, pescados, feijões, ovos e nozes por dia. Uma porção de 90g de carne fornece 50% da proteína recomendada diariamente. E toda essa proteína de alta qualidade vem no mesmo pacote (delicioso) que o zinco, ferro e vitaminas B.

Vitaminas B

Trabalham para promover o crescimento e manter a saúde. É necessária para “desatrelar” a energia dos alimentos. A caloria da carne bovina é uma das melhores fontes de muitas vitaminas B essenciais. A vitamina B12 ajuda a formação de células vermelhas e a manter em níveis normais o funcionamento do sistema nervoso Em paralelo com o folato, a vitamina B12 pode reduzir o risco de desenvolvimento do mal de Alzheimer e das doenças cardiovasculares. A vitamina B6 é vital na manutenção das funções cerebrais e formação de células vermelhas, dá suporte ao sistema imune e ajuda a metabolização de aminoácidos e ácidos graxos. Uma dieta balanceada que inclua carne pode ajudar a manter a energia para aqueles dias mais atribulados.

Gordura

É um nutriente essencial. Auxilia na absorção das vitaminas lipossolúveis (vitaminas A, E, K e D), a formação de hormônios (inclusive os sexuais) e pode também ser utilizada como fonte alternativa de energia. Somente lembre-se de não extrapolar. Para manter uma dieta moderada em gordura, selecione cortes magros de carne, aves sem pele e derivados de leite com baixo teor de gordura.

Metade dos ácidos graxos da carne são monossaturados, o mesmo tipo encontrado no azeite de oliva e celebrado por suas propriedades em manter o coração saudável. Além disso, mais ou menos 1/3 da gordura saturada da carne é ácido esteárico, que os estudos demonstraram não aumentar os níveis de colesterol sangüíneo como os outros ácidos graxos saturados.

Ácido linoléico conjugado

É um ácido graxo encontrado naturalmente na carne e nos produtos lácteos. Os estudos indicam que pode ser importante na prevenção do câncer pela inibição de crescimento e desenvolvimento de tumores. Pode também afetar a composição corpórea, diminuindo a massa gordurosa e aumentando a massa muscular. Pode ajudar a normalizar os níveis sangüíneos de glicose e prevenir a diabete. Pode contribuir para a saúde do coração, ajudando a abaixar o nível de colesterol sérico e triglicérides, o que em paralelo ajuda a prevenir o bloqueamento das paredes arteriais. Foi demonstrado que estimula o sistema imune e tem efeitos positivos na saúde dos ossos.

Selênio

É um mineral que apresenta traços naturais em muitas fontes alimentares. É um antioxidante que trabalha em conjunto com a vitamina E na prevenção de danos das células corporais. Estudos recentes mostraram que sua ingestão adequada pode reduzir o risco de doenças cardíacas e certos tipos de câncer. A carne bovina é uma excelente fonte deste nutriente. Um bife de 90g fornece 30% das necessidades diárias de selênio.

Enfim, a carne magra é a medida certa para uma refeição planejada de baixa caloria, ajustada para diminuir os níveis de colesterol sérico. Ou seja, um bife magro é tão efetivo quanto um pedaço de frango sem pele na diminuição dos níveis de colesterol sangüíneo.

Fontes de pesquisa

USDA Nutrient Database for Standard Reference, Release 13. Nutrient Database Laboratory Home Page, www.nal.usda.gov/fnic/foodcomp.

Subar, A.F.; Krebs-Smith, S.; Cook, A.; Kahle, L.L. Dietary sources of nutrients among U.S. adults, 1989-1991. J. Am. Diet. Assoc. 98:537-547; 1998.

U.S. Department of Health and Human Services. Centers for Disease Control. Recommendations to prevent and control iron deficiency in the United States. 47: No. RR-3, April 3, 1998.

Pearson,T.A. guest scientific editor. Stearic acid; a unique saturated fatty acid. Suppl.To Am. J. Clin. Nutr. 60:983s-1072s; 1994.

Davidson, M.H.; Hunninghake,D.; Maki, K.C.; Kwiterovitch, P.O.; Kafonek, S. Comparison of the effects of lean red meat vs. lean white meat on serum lipid levels among free-living persons with hypercholesterolemia. Arch Intern. Med.159:1331-1338, 1999.

National Cattlemen’s Beef Association. Beef Facts: Nutrition Conjugated Linoleic Acid and Dietary Beef – An Update. Chicago. National Cattlemen’s Beef Association. 1999.

National Live Stock and Meat Board. Facts from the Meat Board: Nutrition.Selenium: Dietary Sources and Bioavailability. Chicago: National Live Stock and Meat Board. 1994.

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