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Um novo sistema de rastreabilidade bovina, totalmente automatizado, foi desenvolvido e está sendo testado pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA). O local escolhido para o projeto é a fazenda Sanga Puitã, a 70 quilômetros de Brasília, na região do Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF).

Para dar início aos testes, todo o rebanho bovino da propriedade, composto por 240 cabeças de gado da raça nelore, recebeu brincos de identificação, que têm o objetivo de registrar todo o manejo realizado, incluindo vacinações, tratamentos, movimentações entre propriedades e outras informações, como idade, sexo e raça dos animais.

Administrador da fazenda Sanga Puitã, no DF, Luís Barcelos de Melo instala microchip nos animais(foto: Ed Alves/CB/D.A. Press)

A ferramenta permite o completo monitoramento do gado, desde o nascimento até o desligamento do brinco eletrônico, quando ele vai para abate, no frigorífico. Os dados armazenados permitem oferecer transparência aos países importadores da carne brasileira, podendo ser facilmente acessados por computador ou por um aparelho celular.

“O sistema que está em teste vem para dar garantias específicas aos parceiros comerciais do Brasil, podendo chegar à rastreabilidade individual para garantir a idade, a raça e o sexo do animal, tudo com a Certificação Oficial Brasileira do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”, explica o coordenador do Protocolos de Rastreabilidade da CNA, Paulo Vicente Costa.

Os testes começaram em 26 de janeiro, com a identificação de todos os animais da propriedade e a inserção dos números de identificação de cada animal no sistema. A primeira avaliação será feita ainda este mês. Nessa primeira etapa, os técnicos vão verificar os relatórios emitidos pelo sistema, levantar as ocorrências de nascimentos, mortes, compra e venda de animais, além de averiguar se o responsável pela propriedade está operando a ferramenta com facilidade. Os testes devem terminar em maio. Ainda este ano, será feita a validação do sistema, que, em seguida, será liberado para implantação no rebanho nacional e disponibilizado para parceiros internacionais.

A vantagem econômica que o novo sistema traz ao produtor é enorme. Ele permite melhor preço na venda dos animais, pois atende a compradores com exigências específicas, disposto a pagar mais para ter o produto de acordo com suas necessidades e exigências. “O novo sistema vai permitir o atendimento dos vários tipos de demanda, já que pode separar produtores brasileiros que realizam manejos diferentes, identificando, assim, os rebanhos aptos a satisfazer cada comprador”, esclarece Paulo Costa.

Para Luís Barcelos de Melo Júnior, administrador da fazenda Sanga Puitã, a implantação do novo sistema vai valorizar o rebanho e aumentar a rentabilidade do negócio. “O método vai ajudar a melhorar o manejo e o controle de doenças e vacinas”, enfatiza. A pecuária brasileira como um todo ganhará credibilidade e um diferencial de qualidade. O resultado final será a maior produtividade e o aumento do preço pago pela arroba. Os frigoríficos vão querer pagar mais, pois venderão os produtos a clientes específicos”, avalia Luís Barcelos.

Fonte: Estado de Minas, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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