Análise Semanal – 03/09/03
3 de setembro de 2003
Venda de animais é menor na Expointer 2003
5 de setembro de 2003

Carne de búfalo quer ampliar participação no mercado

A criação de búfalos tem obtido um crescimento bem acentuado no RS. O rebanho bubalino avança 15% ao ano. A Expointer de 2003 o exemplo disso. Foram inscritos este ano 77 animais, o que representa um aumento de 140% em relação a 2002. Comparativamente, é a maior representação na exposição. Hoje no Estado, o plantel de bubalinos chega a 350 mil animais, enquanto o rebanho bovino chega a 11 milhões. “Há dez anos este número era de apenas 60 mil”, conta o criador Delfino Beck Barbosa, da Fazenda Panorama, em Camaquã, que cria a raça desde 1976 e participa da Expointer há 24 anos.

Entre as vantagens numeradas pelos criadores – rusticidade, ganho maior de peso em menor tempo, maciez da carne e maior rendimento na relação quilo por hectare – Delfino conta que o cuidado com a qualidade da carne e a chegada ao consumidor final é uma preocupação constante dos criadores da raça. “Fomos nós que por primeiro colocamos os cortes já embalados no mercado com a nossa marca. Também criamos a Cooperbúfalo para colocar nossa produção no mercado”

O médico veterinário Gustavo Mariosi Silveira, da Cabanha Santa Leocádia, de Santa Maria participa pela terceira vez da Expointer, fala que, na atualidade, está existindo uma aproximação dos animais gaúchos com o tipo de búfalo ideal que se quer, o que comprova o trabalho constante dos produtores na manutenção da qualidade de seus animais. “Este ano, tenho certeza, que o juiz terá dificuldade de proclamar o campeão.”Os exemplares da Cabanha Santa Leocádia, por exemplo, sempre obtiveram premiação alta, mesmo com pouco tempo de participação na Expointer.

A maior preocupação de Silveira é com a consolidação do mercado da carne bubalina, que na atualidade restringe-se à Região Metropolitana. Silveira explica que se fossem divididos em microrregiões, os produtores reunidos poderiam expandir sua participação no mercado. “Assim estaria garantido em todo o Estado a oferta do produto. “Agora, seu interesse é abrir mercado na região central do Estado.

A demanda por carne bubalina, em geral, é maior do que a disponibilidade de venda, o que faz com seu preço, em algumas regiões seja maior do que o da carne bovina. Em compensação, na outra ponta, afirma Silveira, os frigoríficos não pagam preços diferenciados ao bubalinocultores. “Mesmo que nossos animais sejam abatidos mais precoces que os do gado comum, e que o búfalo seja muito apreciado pela maciez, sabor e os baixos teores de gordura, colesterol e calorias, temos dificuldades em valorizar os animais na hora do abate”.

Fonte: Assessoria de imprensa da Ascribu (por Teresa Maria Schembri)

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