Assado, frito ou servido com macarrão, o frango deverá se tornar a carne favorita no mercado mundial. Atualmente, os consumidores comem um pouco mais de carne suína, 114 milhões de toneladas por ano, do que de frango, 106 milhões de toneladas.
Porém, o consumo de carne de frango está crescendo rapidamente , em 2,5% ao ano, comparado com 1,5% da carne suína – e deverá ultrapassar o consumo de carne suína antes de 2020. Muito mais frangos estão sendo comercializados entre as fronteiras: cerca de 13,3 milhões de toneladas por ano, comparado com 8,6 milhões de toneladas de carne bovina e 7,2 milhões de toneladas de carne suína, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
O crescente gosto pelo frango é resultado da maior prosperidade nos mercados emergentes, significando que as pessoas podem pagar para colocar mais carne na mesa. O frango lidera o ranking como a carne mais acessível. Precisa de muito menos alimento para produzir um quilo de frango do que para produzir a mesma quantidade de carne suína e bovina. Além disso, restrições religiosas que proíbem o consumo de carne bovina e suína em todo o mundo não se aplicam ao frango.
O gosto pelo frango aumentará a produção para 128 milhões de toneladas por ano até 2020, de acordo com o Rabobank. A proporção que alcançará os mercados mundiais aumentará também, de cerca de 14% para 17% da produção total. Os principais impedimentos para um crescimento mais rápido entre as fronteiras são as preferências dos consumidores por frango fresco e as políticas governamentais para proteger a agricultura doméstica, mas o aumento dos preços dos alimentos deve atiçar o apetite por carne importada, mais barata.
O negócio de criação de frangos está geralmente concentrado nos países onde os grãos são abundantes. Os produtores de frango também focaram em locais como Brasil, onde a infraestrutura pobre torna mais difícil aos produtores de grãos colocar seus bens no mercado e alcançar preços globais. Isso suprime os preços dos alimentos animais, que representam 50-70% dos custos totais. Os custos de produção na América e no Brasil, maiores produtores mundiais, que entre eles fornecem dois terços das exportações de frango, estão 30% abaixo daqueles na Europa e na China, de acordo com Nan-Dirk Mulder, do Rabobank.
O comércio de frango é mais complicado do que simplesmente depenar, congelar e despachar as aves. Os frangos não são vendidos inteiros; os exportadores precisam otimizar o “valor de liquidação” de seus frangos. O paladar ocidental prefere a carne branca do peito. Os consumidores asiáticos preferem a carne mais escura da coxa e da perna. A carne branca pode custar quatro vezes mais que a marrom no Ocidente, mas custa o mesmo na China. A Europa, exportadora líquida de carne de frango, envia pernas e pés para a Ásia, mas importa carne branca.
As asas, limitadas a apenas duas por pássaro, estão com a oferta escassa mundialmente e os preços estão altos. Há rumores de que o McDonald’s estava estocando esse produto para o lançamento que começou na semana passada, seu “Mighty Wings”, na América. Porém, as dinâmicas do mercado global são boas notícias para os consumidores do mundo rico.
O crescimento na demanda da Ásia por frango pode significar uma maior quantidade de carne branca a preços mais baixos nos próximos anos.
Fonte: Site da revista The Economist, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.