Depois da febre aftosa, só agora as exportações da carne gaúcha para a Europa começam a voltar ao normal. A indústria se anima, embora reste muito a fazer, pois as tarifas de importação são altas, entre 12% e 20%, e um sistema de cotas impõe sobretaxas extorsivas a determinados cortes, segundo o sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado (Sicadergs). Um exemplo citado pelo presidente do Sicadergs, José Alfredo Knorr, é o do coxão de dentro congelado. A tonelada do produto, que sai do Estado por US$ 2,4 mil chega ao importador a US$ 5 mil. É caso extremo, mas exemplar. Além da tarifa e do frete, paga uma licença para chegar ao consumidor europeu, a Gatt ou a Hilton, “tudo atrapalha: subsídios, cotas, tarifas e barreiras sanitárias”.
Knorr afirma que a Argentina “tem batido de frente” com o Brasil na disputa pelo mercado europeu. Os países vizinhos têm uma cota Hilton de 28 mil toneladas, enquanto que a do Brasil é de cinco mil toneladas. A crise nesses países provocou uma redução no preço da carne exportada, obrigando o Brasil a acompanhar essa queda. Knorr lembra ainda que os países do Mercosul têm o maior rebanho do mundo e se houvesse uma sintonia maior entre os produtores, o bloco teria imenso poder de barganha. “Podemos ser concorrentes fortes na pecuária e em grãos. Mas enquanto não houver equilíbrio econômico entre os países, vai ser complicado”.
Fonte: Zero Hora/RS, adaptado por Equipe BeefPoint