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Carne Nelore estimula vendas do Bon Marché

A carne Nelore ganhou as prateleiras da rede de hipermercados Bon Marché, do grupo Sendas. Depois de iniciar um projeto piloto na loja da Barra da Tijuca, bairro de classe alta do Rio de Janeiro, em meados do ano passado, a cadeia, que tem a exclusividade na venda para o estado do Rio, passou a abastecer todas as unidades, incluindo as localizadas na periferia e no interior.

Atualmente, em média 60% das prateleiras destinadas à carne bovina expõem o tipo nelore e a idéia é dobrar as encomendas até o final do ano, à medida que as vendas crescerem.

“De outubro até dezembro, houve aumento de 23% no volume comercializado e os cortes especiais já são praticamente todos de carne nelore”, afirma Sérgio Biagioli, diretor de perecíveis do Bon Marché. A tendência, segundo Biagioli, é a venda aumentar ainda mais. Atualmente, a rede vende mais de 200 toneladas por mês de Nelore. “Queremos aumentar as encomendas da carne para algo em torno de 400 toneladas até o final do ano.”

A idéia do grupo também é estender a oferta para outras bandeiras. A rede Sendas, de supermercados, pretende iniciar a venda em algumas lojas consideradas “top”.

Biagioli explica que a venda da carne Nelore só não é maior porque o Bon Marché não pode dispor de grandes volumes de um mesmo corte para colocar em promoção. “Somos obrigados a comprar o boi inteiro e, por isso, não temos quantidade suficiente de filé mignon, por exemplo, para fazer uma grande promoção. “Ele acredita, contudo, que à medida em que as encomendas aos frigoríficos forem aumentando, as condições serão mais flexíveis.

Selo de garantia

“Até por esse motivo continuamos a manter nas prateleiras as carnes tradicionais, que podemos comprar em pedaços. “Para Biagioli, a carne Nelore, por ser considerada mais saudável, tende a conquistar cada vez mais adeptos.

Ele diz que houve ótima aceitação não só nas lojas voltadas para as classes A e B, como a da Barra da Tijuca, mas também nas unidades da periferia, como a do bairro da Penha. “A aparência da carne também ajuda. A cor, um vermelho vivo, dá ao produto um aspecto saudável”.

Segundo Biagioli, os criadores formaram uma associação, que faz todo o rastreamento dos processos. “Há até mesmo controle dos frigoríficos credenciados e do produto nas gôndolas. “No caso do Bon Marché, a carne é fornecida pelo Frigovira, de Rondônia.

Para as redes que comercializam a carne nelore, segundo Biagioli, o negócio é bastante vantajoso. “A carne é cerca de 6% mais cara do que a comum, mas a perda é muito pequena, o que acaba compensando”, diz ele.

Além disso, acrescenta, a rentabilidade é maior do que a carne tradicional, uma vez que se pode agregar muito mais valor. “A margem de ganho está entre 23% e 24% do valor do produto, no caso da Nelore, e entre 18% e 20% no dos cortes tradicionais.”

Fonte: Gazeta Mercantil (por Ana Paula Nogueira), adaptado por Equipe BeefPoint

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