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Carne orgânica

Por Marco Garcia1

Assim como outros alimentos, a carne também pode ser produzida de forma orgânica. Apesar da aparência do produto final, como cor, paladar e maciez não ser diferente da carne produzida de forma não-orgânica, esse novo produto traz algumas características peculiares em sua forma de produção. Para compreender-se melhor estas características, é preciso lembrar que hoje existe um fator de mercado, que envolve tanto segurança alimentar quanto preocupações sócio-ambientais dos consumidores, que pode tornar um produto “diferente” de outro, mesmo que não seja percebido visualmente.

A carne orgânica segue modelos e sistemas de produção semelhantes aos hortifrutigranjeiros, ou seja, ela requer cuidados ambientais e sociais que devem ser adotados pelos produtores e indústria e precisam ser auditados por certificadores que verificam na prática se as regras para a produção de um produto orgânico estão sendo cumpridas.

Estas regras e normas para a produção orgânica envolvem a não-utilização de remédios alopáticos (aqueles fabricados em laboratório através de processos químicos), a não-utilização de defensivos nas pastagens, a identificação individual dos animais, o bem-estar animal, o cumprimento das leis ambientais, manejo sanitário e de nutrição animal, cuidados sociais com todas as pessoas envolvidas no processo, entre outros.

Já por parte da indústria, além dos aspectos comuns de produção citados anteriormente, há o tratamento de resíduos produzidos no frigorífico, cuidados no transporte e manejo dos animais pré abate e outros.

Com essas normas e obrigatoriedades, o produto final “carne orgânica” é um produto diferenciado, e conforme ditam as leis de mercado, o preço também sofre uma diferenciação, já que o frigorífico tem a opção de exportação por um valor mais elevado, ou comercializar no mercado interno ainda inexplorado.

A carne bovina orgânica brasileira, no entanto, não pode ser comercializada aqui no Brasil, já que as regras para a produção não foram definidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mas é importante que o consumidor conheça e questione este novo produto, que traz consigo diferenças não-aparentes visualmente, mas sim no modelo de produção adotado pelos pecuaristas e frigoríficos.

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1Marco Garcia é zootecnista e pecuarista marcogsouza@uol.com.br

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